ABSTRACT This paper investigates deindustrialization as a globally unequal process, related both to the degree of development and path dependence, and to economic policies that reinforce long-term trends or, alternatively, enable structural changes. This phenomenon, Traditionally seen as the fall in industrial production/employment as the country develops, can, however, engender considerable subsectoral and even regional heterogeneity, an aspect that this research seeks to explore. The methodology comprises a theoretical analysis, with a review of the literature on deindustrialization and sectoral heterogeneity and an empirical investigation, with descriptive analysis of manufacturing data for 111 countries, in addition to a specific analysis for Brazil. The results show that developed countries consolidated their leadership in the most advanced sectors of industry, whereas most developing economies, including Brazil, experienced not only a process of deindustrialization, but also the concentration of industrial productive activities in subsectors intensive in technologies with lower added value. In this scenario, if structural change constitutes an important driving force of economic development, the recent trends observed signal serious challenges to the promotion of inclusive and sustained growth in developing economies and in Brazil.
RESUMO Este trabalho investiga a desindustrialização como um processo globalmente desigual, relacionado tanto ao grau de desenvolvimento e a dependência de trajetórias quanto às políticas econômicas que reforçam tendências de longo prazo ou, alternativamente, possibilitam mudanças estruturais. Este fenômeno, tradicionalmente visto como a queda da produção/emprego industrial à medida que o país se desenvolve, pode, todavia, engendrar considerável heterogeneidade subsetorial e até mesmo regional, aspecto que esta pesquisa busca explorar. A metodologia compreende uma análise teórica, com a revisão da literatura sobre desindustrialização e heterogeneidade setorial, e uma investigação empírica, com a análise descritiva dos dados da manufatura para 111 países, além de uma análise específica para o Brasil. Os resultados revelam que os países desenvolvidos consolidaram sua liderança nos setores mais avançados da indústria, enquanto a maior parte das economias em desenvolvimento, entre elas o Brasil, experimentou não apenas um processo de desindustrialização, como a concentração das atividades produtivas industriais em subsetores intensivos e em tecnologias de menor valor agregado. E, neste cenário, se a mudança estrutural constitui uma importante força motriz do desenvolvimento econômico, as tendências recentes observadas sinalizam sérios desafios à promoção do crescimento inclusivo e sustentado nas economias em desenvolvimento e no Brasil.