FUNDAMENTO: A síndrome metabólica tem uma elevada prevalência em diferentes partes do mundo, com variações entre diferentes grupos étnicos. OBJETIVO: Este estudo pretende explorar a influência da cor de pele auto-referida sobre a prevalência da SM. MÉTODOS: Estudo transversal, realizado em subgrupo populacional em Salvador, Brasil. Utilizou-se auto-definição de cor de pele (branca, parda e negra) e o critério de SM do ATP-III. Foi usado o quiquadrado para tendência a fim de analisar gradiente das prevalências entre os grupos e a regressão logística para análises de associações. RESULTADOS: A prevalência geral da SM, ajustada por variáveis potencialmente confundidoras, não diferiu entre brancos (23,3%), pardos (23,3%) e negros (23,4%,). A análise por sexo mostrou entre os homens redução da prevalência da SM dos brancos, 26,2% IC95%(20,7-31,7), em comparação aos negros, 17,5% IC95% (12,3-22,8), e uma prevalência intermediária entre os pardos, 21,9% IC95% (18,6 - 25,1), p tend= 0,002. Entre as mulheres, a tendência foi inversa, maior nas negras, 27,0% IC95% (22,2-31,8), e menor nas brancas, 20,5% IC95%(15,6-25,4), p tend= 0,02. Na análise multivariada da associação entre cor de pele e SM (branco=grupo de referência), a cor negra entre os homens foi fator de proteção, razão de prevalência (RP)= 0,60 (0,36 - 0,97), enquanto que nas mulheres tendeu a ser fator de risco, RP= 1,33 (0,94 - 1,78). CONCLUSÃO: A prevalência da SM variou em função da cor de pele de modo inverso entre homens e mulheres. Ser negro foi fator de proteção entre homens e de risco nas mulheres.
BACKGROUND: The metabolic syndrome (MS) has a high prevalence in different parts of the world, with variations between different ethnic groups. OBJECTIVE: This study aims at exploring the influence of the self-reported skin color on the prevalence of MS Methods: Cross-sectional study, carried out in a population subgroup (n=1,439 adults) in Salvador, Brazil. The self-reported skin color (white, mulatto or black) was used as well as the MS criterion of ATP-III. The Chi-square test for tendency was used to analyze the prevalence gradient between the groups and logistic regression, for association analysis. RESULTS: The general prevalence of MS, adjusted for potentially confounder variables, did not differ among whites (23.3%), mulattos (23.3%) and blacks (23.4%). The analysis by sex showed, among men, a reduction in the MS prevalence of whites (26.2%, 95%CI: 20.7-31.7), in comparison to blacks (17.5%, 95%CI: 12.3-22.8) and an intermediate prevalence among mulattos, 21.9%, 95%CI: 18.6-25.1, p tend. = 0.002. Among the women, the tendency was the opposite, being higher among the blacks, 27.0%, 95%CI: 22.2-31.8, and lower among the whites, 20.5%, 95%CI: 15.6-25.4, p tend. = 0.02. The multivariate analysis of the association between skin color and MS (white = group of reference) showed that the black color of the skin was a protective factor among black men, with a prevalence ratio (PR) = 0.60 (0.36-0.97), whereas it tended to be a risk factor among black women, with a PR = 1.33 (0.94-1.78). CONCLUSION: The prevalence of MA presented an inverse variation according to the color of skin between men and women. To be black was a protective factor among men and a risk factor among women.
FUNDAMENTO: El síndrome metabólico tiene una elevada prevalencia en diferentes partes del mundo, con variaciones entre diferentes grupos étnicos. OBJETIVO: Este estudio pretende explorar la influencia del color de la piel autodeclarado sobre la prevalencia del SM. MÉTODOS: ESTUDio transversal, realizado en subgrupo poblacional en Salvador, Brasil. Se utilizó la autodefinición de color de la piel (blanca, parda y negra) y el criterio de SM del ATP-III. Se usó el test chi-cuadrado para tendencia a fin de analizar gradiente de las prevalencias entre los grupos y la regresión logística para análisis de asociaciones. RESULTADOS: La prevalencia general del SM, ajustado por variables potencialmente confusas, no difirió entre blancos (23,3%), pardos (23,3%) y negros (23,4%,). El análisis por sexo mostró entre los hombres reducción de la prevalencia del SM de los blancos, el 26,2% IC95%(20,7-31,7), en comparación con los negros, 17,5% IC95% (12,3-22,8), y una prevalencia intermedia entre los pardos, 21,9% IC95% (18,6 - 25,1), p tend= 0,002. Entre las mujeres, la tendencia fue inversa, mayor en las negras, 27,0% IC95% (22,2-31,8), y menor en las blancas, 20,5% IC95%(15,6-25,4), p tend= 0,02. En el análisis multivariado de la asociación entre color de la piel y SM (blanco=grupo de referencia), el color negro entre los hombres fue factor de protección, razón de prevalencia (RP)= 0,60 (0,36-0,97), mientras que en las mujeres tendió a ser factor de riesgo, RP= 1,33 (0,94-1,78). CONCLUSIÓN: LA Prevalencia del SM varió en función del color de la piel de modo inverso entre hombres y mujeres. Ser negro fue factor de protección entre hombres y de riesgo en las mujeres.