Resumo Neste artigo são analisados Um copo de cólera (1978), de Raduan Nassar, e Estorvo (1991), de Chico Buarque, com a finalidade de se observar a possível relação entre a forma romanesca e os conflitos políticos do último quartel do século XX no Brasil. Parte-se da hipótese de que os elementos evocados nos livros configuram literariamente um impasse que remete ao contexto externo, permitindo, nesse movimento, uma percepção estética desse período. Trata-se, portanto, de uma tentativa de leitura dialética, nos moldes formulados por Antonio Candido e Roberto Schwarz, em que se procura aproximar a forma social da forma literária visando estabelecer perspectivas de compreensão tanto de uma quanto de outra. Como resultado, a análise sugere um processo de desnorteamento na luta pela transformação social.
Abstract This paper analyses Um copo de cólera (1978), by Raduan Nassar, and Estorvo (1991), by Chico Buarque, aiming to observe the possible relationship between Romanesque form and political conflicts of the last quarter of the 20th century in Brazil. The paper hypothesizes that the elements recalled in the books literarily reach a deadlock which refers to an external context, gaining, in that movement, an esthetical perception of the period. Therefore, it is a dialectic reading attempt, in the same way proposed by Antonio Candido and Robert Schwartz, in which one tries to approximate the social form to the literary one, aiming at establishing perspectives of understanding, as much for one as for the other. As a result, the analysis suggests a process of disorientation in the quest for social transformation.
Resumen Este artículo analiza Um copo de cólera (1978), de Raduan Nassar, y Estorvo (1991), de Chico Buarque, con el objetivo de observar la posible relación entre la forma novelística y los conflictos políticos del último cuarto del siglo XX en Brasil. Uno propone la hipótesis de que los elementos recordados en los libros alcanzan literalmente un punto muerto que se refiere a un contexto externo, obteniendo, en ese movimiento, una percepción estética de ese período. Por lo tanto, es un intento de lectura dialéctica, de la misma manera propuesta por Antonio Candido y Robert Schwartz, en el que se trata de aproximar la forma social a la literaria con el objetivo de establecer una perspectiva de comprensión tanto para uno como para otro. Como resultado, el análisis sugiere un proceso de desconcierto en la búsqueda de la transformación social.