Resumo Frequentemente, o behaviorismo radical e a análise do comportamento são apresentados na mídia por meio de estereótipos negativos, possivelmente atravancando a difusão de suas propostas aos potenciais beneficiários. Com base nisso, o objetivo deste trabalho é caracterizar as publicações do jornal Folha de S.Paulo sobre behaviorismo radical e análise do comportamento desde a sua fundação em 192, até 2015. Para tal, 227 parágrafos presentes no jornal que continham os termos Skinner ou behaviorismo foram selecionados para análise. De forma geral, foram encontrados trechos contendo críticas ao behaviorismo radical que expuseram equívocos históricos e conceituais, problematizaram o este campo de estudo, apresentaram algum aspecto correto e/ou apresentaram o termo “behaviorismo” de forma genérica. Foram identificados tópicos especialmente mal compreendidos: a análise do comportamento como legitimadora do controle, ultrapassada pelas teorias cognitivistas, capaz de explicar apenas comportamentos simples ou de animais não-humanos e interessada apenas em comportamentos observáveis. Recomenda-se que behavioristas radicais comuniquem suas propostas com ênfase em seu caráter de denúncia do controle como uma característica inerente às relações comportamentais de uma ciência viva em constante desenvolvimento e de uma abordagem interessada em lidar com quaisquer comportamentos, que aconteçam dentro ou fora da pele.
Abstract Often radical behaviorism and behavior analysis are presented in the media by means of negative stereotypes, thus possibly making harder the diffusion of its proposals to potential target audience. Taking that into account, this paper categorized publications from the newspaper Folha de S.Paulo since its foundation, in 1921, until 2015, regarding radical behaviorism and behavior analysis. To reach such goal, 227 paragraphs were selected containing the terms Skinner or behaviorism from the newspaper. In general, excerpts that criticized radical behaviorism, parts that exposed historical and conceptual misconception, that problematized radical behaviorism, that showed some correct aspect and that presented the term behaviorism in a generic way were found. Some specially misunderstood topics were identified: the view of behavior analysis as an approach that defends control, outdated and overcome by cognitive theories, is only capable of explaining simple human or non-human behavior and interested in observable behavior. We recommend behavior analysts that communicate their proposals with an emphasis on control as an inherent characteristic of behavioral relations to take into account it is a constantly evolving science and an approach interested in dealing with any behavior, whether occurring over or under the skin.
Resumen El análisis conductual y el conductismo radical son presentados a menudo en los medios de comunicación mediante estereotipos negativos, posiblemente dificultando la difusión de sus propuestas a los potenciales beneficiarios. Basándose en esto, el objetivo de este trabajo fue caracterizar las publicaciones del diario Folha de S.Paulo sobre el análisis conductual y el conductismo radical desde su fundación, en 1921, hasta 2015. Para ello, se seleccionaran para análisis 227 párrafos presentes en el diario, que contenían las palabras Skinner o conductismo. En general, se encontraron extractos que hicieron críticas al conductismo radical, que expusieron equívocos históricos y conceptuales, que problematizaron el conductismo radical, que presentaron algún aspecto correcto y que presentaron el término “conductismo” de manera genérica. Se identificó tópicos especialmente incomprendidos: la perspectiva de análisis de la conducta como un enfoque psicológico defensor del control, ultrapasada y superada por las teorías cognitivistas, capaz de explicar solo los comportamientos simples o de animales no humanos e interesada solamente en comportamientos observables. Se recomienda que conductistas radicales comuniquen sus propuestas con énfasis en su carácter de denuncia del control como una característica inherente a las relaciones comportamentales, de una ciencia viva, en desarrollo continuo, y de un enfoque psicológico interesado en tratar cualquier comportamiento, que ocurra dentro o fuera de la piel.