Resumo Consideramos as relações intertextuais de filmes de diretores do Cinema Novo de 1959 a 1980 com longas-metragens de Humberto Mauro — O descobrimento do Brasil (1937), Argila (1942) e O canto da saudade (1952) — por meio da análise do reemprego das mesmas obras musicais de Villa-Lobos presentes em filmes do cineasta mineiro, reutilizadas (na mesma ou em diferente versão) em obras de diretores cinemanovistas. Por meio de análise fílmica, identificamos que a presença em si das músicas Suítes O Descobrimento do Brasil, O canto do cisne negro, O canto do pajé e Choro n.3 de Villa-Lobos evoca aspectos de obras anteriores de Mauro em filmes selecionados de Glauber Rocha, Walter Lima Júnior, Carlos Diegues, Paulo César Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade, sobretudo as temáticas indígena, a do nacionalismo, do ambiente rural, a construção da identidade nacional, além de associações mais intricadas, como com a Grécia Antiga.
Abstract We consider the intertextual relationships of films by directors of Cinema Novo between 1959 and 1980 with Humberto Mauro’s feature films — The Discovery of Brazil (193٧), Clay (1942) and O canto da saudade (19٥2) — analyzing the use of the same Villa-Lobos’ musical pieces in Mauro's films, that are reemployed (in the same or in a different version) in selected films by Cinema Novo’s directors. Through film analysis, we identify that the very presence of musical pieces The Discovery of Brazil, O canto do cisne negro, O canto do pajé and Choros n.3 evoke aspects of Mauro’s films in the ones by Glauber Rocha, Walter Lima Júnior, Carlos Diegues, Paulo César Saraceni and Joaquim Pedro de Andrade, such as: the Indian thematic, nationalism, rural environment, construction of national identity, besides more intricate associations, as those with Ancient Greece.