INTRODUÇÃO: O crescimento da população idosa está associado à elevada prevalência de doenças crônicas. Tal fato favorece a exposição dessa população ao uso de múltiplos medicamentos, e também ao aumento de incapacidades físicas e mentais, trazendo desafios para as famílias e sociedade. OBJETIVO: Descrever a adesão ao uso de medicamentos em idosos hipertensos com déficit cognitivo, assistidos pela Estratégia Saúde da Família (ESF), e identificar fatores relacionados. MÉTODO: Estudo transversal com abordagem quantitativa, realizado em oito ESFs de Dourados-MS. Amostra constituída por 124 idosos, de ambos os sexos, com diagnóstico de hipertensão arterial. Instrumentos utilizados: questionário para dados sociodemográficos, Miniexame de Estado Mental e Autorrelato de Adesão ao Medicamento, composto de oito itens. RESULTADOS: Predomínio de idosos do sexo feminino, baixa escolaridade, com pouco rendimento financeiro, residiam acompanhados e autoavaliaram a saúde como muito boa, boa ou regular. Houve diferença significativa entre adesão ao tratamento farmacológico com a faixa etária (p<0,001) e idosos com algum grau de déficit cognitivo (p=0,033). Dos idosos que possuíam algum grau de déficit cognitivo, 76,3% residiam acompanhados e 23,7%, sozinhos. Destaca-se que, dos idosos que moravam acompanhados, 29,0% aderiram à terapêutica medicamentosa, e dos que viviam sós, apenas 9,2%. CONCLUSÃO: As variáveis "renda per capita", "escolaridade" e "arranjo familiar" não influenciaram na adesão à terapêutica medicamentosa; em contrapartida, "idade" e "déficit cognitivo", sim. Ressalta-se a possível influência positiva dos familiares na adesão ao tratamento farmacológico, principalmente se o idoso apresentar distúrbios das funções cognitivas.
INTRODUCTION: The growth of the elderly population is associated with the high prevalence of chronic diseases. This fact favors the exposure of this population to the use of multiple medications, also to increased physical and mental disabilities, bringing challenges for families and society. OBJECTIVE: To describe the increase in the use of medication in elderly hypertensive patients with cognitive impairment, assisted by the Family Health Strategy (FHS), and identify related factors. METHOD: Cross-sectional study with quantitative approach, performed in eight FHS in Dourados-MS, Brazil. Sample included 124 members, of both sexes, with diagnosis of hypertension. Instruments used: questionnaire for demographic data; Mini-Mental State Examination and Accession Self-report to Medicines, with eight items. RESULTS: Prevalence of elderly women, low education, with little financial income, living together and self-assessing health as very good, good or regular. There was significant difference between pharmacological treatment with age (p<0.001) and elderly with some degree of cognitive impairment (p=0.033). Among elderly who have some degree of cognitive impairment, 76.3% live together and 23.7%, alone. It is noteworthy that among elderly living with other people, 29.0% adhered to drug therapeutic, and of those living alone, only 9.2%. CONCLUSION: Variables "per capita income", "education" and "family arrangement" had no effect on adherence to drug therapy, but "age" and "cognitive impairment", yes. We highlight the possible positive influence of family on pharmacological treatment, especially if the elderly has cognitive function disorders.