Resumo Este artigo busca analisar o espelhamento presente em Instantâneo da desmedida, penúltimo texto de Um beijo por mês (2018), de Vilma Arêas. Ao criar uma personagem que, em visita a uma galeria de arte, depara-se com fotografias de diferentes escalas, a autora possibilita um jogo abismal capaz de gerar reflexões em torno da própria arte literária, uma vez que o arranjo dos objetos articula ocorrências que perturbam a espectadora, confundindo-a quanto à real escala das cenas e espaços, tais como os “instantâneos” do volume de Arêas. Com base nessas considerações, salientamos a mise en abyme como uma das bases de produção da escrita de Vilma Arêas. Para tanto, lança-se aqui a proposta de uma análise possível ao texto mencionado a partir das formulações de Lucien Dallenbach (1979; 1977; 1972), entre outros teóricos. Ademais, as reflexões de André Malraux (2006; 1996) acerca do museu imaginário auxiliarão na discussão.
Abstract This article aims to analyze the mirroring present in “Instantâneo da desmedida,” the penultimate text in Um beijo por mês (2018), by Vilma Arêas. By locating her character in an art gallery with photographs of diferente scales, the author enables an endless game capable of generating reflections around literary art itself, since the arrangement of objects articulates occurrences that disturb the spectator, confusing her as to the real scale of scenes and spaces, like the “snapshots” of Arêas's volume. Based on these considerations, we highlight mise en abyme as one of the foundations of Vilma Arêas' writing. To this end, the proposal for a possible analysis of the mentioned text is launched here from the formulations of Lucien Dallenbach (1979; 1977; 1972), among other theorists. Furthermore, André Malraux's (2006; 1996) reflections on the imaginary museum will help in the discussion.
Resumen Este artículo busca analizar el reflejo presente en Instantâneo da desmedida, penúltimo texto de Um beijo por mês (2018), de Vilma Arêas. Al crear un personaje que, en una visita a una galería de arte, se encuentra con fotografías de diferentes escalas, el autor permite un juego abismal capaz de generar reflexiones en torno al arte literario, ya que la disposición de los objetos articula acontecimientos que perturban a la espectadora, confundiéndola en cuanto a la escala real de escenas y espacios, como las "instantáneas" del volumen de Arêas. En base a estas consideraciones, destacamos mise en abyme como uno de los fundamentos de la escritura de Vilma Arêas. Con este fin, la propuesta para un posible análisis del texto mencionado se lanza aquí a partir de las formulaciones de Lucien Dallenbach (1979; 1977; 1972), entre otros teóricos. Además, las reflexiones de André Malraux (2006; 1996) sobre el museo imaginario ayudarán en la discusión.