This article establishes a dialogue between the essay “The crisis in education” by the philosopher Hannah Arendt and her book The human condition. In this, the thinker presents a phenomenology of elementary human activities – labor, work and action – or, as she says, the vita activa. The essay, in turn, qualifies education as an elementary activity of human society. From this interface between the two contemporary texts, I reflect on the question: what are we doing when we educate? – thus paraphrasing the central question of The human condition: “What are we doing when we are active?”. The intention is not to find an exact correspondence between education and one of the three activities of the vita activa, but to think about some aspects that approximate or distinguish the educational activity from them. In particular, I seek approximations between Arendt's thinking about education and her approaches to labor and work that have less attracted the interest of education scholars. The dialogue takes place with several voices, as I also bring narratives about teaching, literary ones and other experiences, seeking to read them in the light of Arendtian thought, which, in turn, is questioned based on school experiences. Finally, with no intention of exhausting the topic addressed, this article is an exercise in polyphonic thinking, which emphasizes some excerpts from The human condition that have not been explored so far in order to think about educational activity.
Este artículo establece un diálogo entre el ensayo “La crisis en la educación” de la filósofa Hannah Arendt y su libro La condición humana. En este, la pensadora presenta una fenomenología de las actividades humanas elementares – la labor, el trabajo y la acción – o, como ella dice, la vita activa. El ensayo, a su vez, califica a la educación como una actividad elementar de la sociedad humana. A partir de esta interfaz entre los dos textos contemporáneos, reflexiono sobre la pregunta: ¿qué hacemos cuando educamos? – parafraseando así la pregunta central de La condición humana: “¿Qué hacemos cuando estamos activos?”. No se pretende encontrar una correspondencia exacta entre la educación y una de las tres actividades de la vita activa, sino reflexionar sobre algunos aspectos que aproximan o distinguen la actividad educativa de ellas. En particular, busco aproximaciones entre el pensamiento de Arendt sobre la educación y sus enfoques sobre la labor y el trabajo que han atraído menos el interés de los estudiosos de la educación. El diálogo se da con varias voces, pues también traigo relatos sobre experiencias docentes, literarias y otras, buscando leerlas a la luz del pensamiento arendtiano, el cual, a su vez, es cuestionado a partir de las experiencias escolares. Finalmente, se trata de un ejercicio de pensamiento polifónico, sin pretensiones de agotar el tema abordado, que enfatiza algunos fragmentos de La condición humana que no han sido explorados hasta ahora para pensar la actividad educativa.
Este artigo estabelece um diálogo entre o ensaio “A crise na educação” da filósofa Hannah Arendt e seu livro A condição humana. Neste, a pensadora apresenta uma fenomenologia das atividades humanas elementares – o trabalho, a obra e a ação – ou, como ela afirma, da vita activa. O ensaio, por sua vez, qualifica a educação como uma atividade elementar da sociedade humana. A partir dessa interface entre os dois textos coetâneos reflito sobre a questão: o que fazemos quando educamos? – parafraseando, assim, a pergunta central de A condição humana: “o que fazemos quando estamos ativos?”. O intuito não é encontrar uma correspondência exata entre a educação e uma das três atividades da vita activa, mas pensar sobre alguns aspectos que aproximam ou distinguem a atividade educativa delas. Em especial busco aproximações entre o pensamento de Arendt sobre educação e suas abordagens do trabalho e da obra que tem atraído menos o interesse dos estudiosos da educação. O diálogo ocorre a várias vozes, pois para ele trago também narrativas sobre experiências docentes, literárias e outras, buscando lê-las à luz do pensamento arendtiano, o qual, por sua vez, é questionado a partir das experiências escolares. Enfim, trata-se de um exercício de pensamento polifônico, sem pretensões de exaurir o tema abordado, que dá relevo a alguns trechos de A condição humana ainda pouco explorados para se pensar sobre a atividade educativa.