Resumo Objetivo Descrever os casos de raiva humana no estado do Ceará, Brasil, no período 1970-2019. Métodos Estudo descritivo, sobre dados secundários da Secretaria da Saúde e do hospital de referência do Ceará. Resultados Dos 171 casos, 75,7% ocorreram em homens, 60,0% nas idades até 19 anos e 56,0% em áreas urbanas. O cão foi agente transmissor em 74,0% dos casos; sagui em, 16,7%; e morcego, em 7,3%. Entre 1970 e 1978, houve crescimento do número de casos (pelo Joinpoint Regression Program, percentual da mudança anual [APC] = 13,7 - IC95% 4,6;41,5); e entre 1978 e 2019, redução (APC = -6,7 - IC95% -8,8;-5,9). Houve redução da transmissão por cães (71 casos; último caso em 2010) e aumento relativo por mamíferos silvestres (5 casos a partir de 2005). Conclusão O estudo evidencia mudança na dinâmica da transmissão da raiva no período observado, com redução da transmissão por cão e incremento de casos por animais silvestres.
Abstract Objective To describe cases of human rabies in Ceará State, Brazil between 1970 and 2019. Methods This was a descriptive study using secondary data from the Ceará State Department of Health and the state reference hospital. Results Of 171 cases, 75.7% occurred in males, 60.0% in <19-year-olds, and 56.0% in urban areas. Rabies was transmitted by dogs in 74.0% of cases, marmosets in 16.7% and bats in 7.3%. Between 1970 and 1978, there was an increase of cases (using the Joinpoint Regression Program, annual percentage change [APC] = 13.7 - 95%CI 4.6;41.5), while between 1978 and 2019 there was a decrease (APC = -6.7 - 95%CI -8.8;-5.9). There was a reduction in transmission by dogs (71 cases, last case in 2010) and an increase by sylvatic animals (5 cases since 2005). Conclusion This study demonstrates changes in rabies transmission dynamics during the period studied, with a reduction in transmission by dogs and an increase of transmission by sylvatic animals.
Resumen Objetivo Describir los casos de la rabia humana en Ceará, Brasil, 1970-2019. Métodos Estudio descriptivo con datos secundarios de la Secretaría de Salud y del hospital de referencia de Ceará. Resultados De los 171 casos, 75,7% ocurrió en hombres, el 60,0% en los 19 años y el 56,0% en áreas urbanas. El perro fue transmisor en 74,0%, el mono tití en 16,7% y el murciélago el 7,3%. Entre 1970 y 1978, hubo un aumento de casos (por el Joinpoint Regression Program, cambio porcentual anual [APC] = 13,7 - IC95% 4,6; 41,5), entre 1978 y 2019 una disminución (APC= -6,7 - IC95% -8,8; -5,9). Hubo una reducción de la transmisión por perros (71 casos, el último en 2010) y un aumento por mamíferos salvajes (5 casos, desde 2005). Conclusión El estudio muestra un cambio en la dinámica de la transmisión de la rabia en los últimos años, con reducción de la transmisión por perros y aumento de casos por animales salvajes.