Variações na morfologia e alocação de biomassa em folhas e ramos foram investigadas em 15 espécies arbóreas de Cerrado com distintas fenologias foliares e crescendo em condições naturais. As espécies decíduas apresentaram maiores valores que as sempreverdes para razão entre massa de folhas e do ramo, área foliar individual, área foliar por ramo, índice de exposição foliar e número de folhas pelo comprimento do ramo. As diferenças acerca das relações ramo-folhagem entre os grupos fenológicos poderia ser explicada pelos ramos plagiotrópicos nas decíduas e pelos ramos eretos nas semidecíduas e sempre verdes. Ramos plagiotrópicos propiciam similar irradiância incidente ao longo do ramo e alta alocação de biomassa em favor das folhas sem auto-sombreamento da folhagem nas decíduas. A variação estrutural entre ramos curtos e longos foi indicada por uma relação exponencial entre o índice de exposição foliar com o comprimento do ramo em todas decíduas, em três semidecíduas e duas sempreverdes. Assim, especialmente nas decíduas, ramos curtos apresentam maior área foliar por comprimento de ramo do que ramos longos. A diferenciação entre ramos curtos e longos depende do comprimento do ramo nas decíduas em função do número de folhas no ramo ser pré-determinado nas gemas. Diferentemente, a neo-formação de folhas nas semidecíduas e sempreverdes mantêm mais constante a relação ramo-folhagem por comprimento de ramo, em função da folhagem ser produzida de acordo com o crescimento do ramo durante o ano. Em conclusão, a persistência da folhagem, inclinação de ramo, tipo de produção foliar, e alocação de recursos entre os componentes autotróficos e heterotróficos da copa são características interdependentes nas espécies arbóreas de Cerrado ao longo dos distintos grupos fenológicos foliares.
The morphology and the biomass allocation in shoots and leaves were investigated in 15 cerrado tree species with distinct leaf phenology growing under natural conditions. Higher values of leaf/shoot ratio on mass base, individual leaf area, leaf area per shoot, leaf display index, and leaf number per shoot length were found in deciduous than in evergreen species. The differences about shoot-foliage relationship across leaf phenological groups could be explained by plagiotropic shoots on deciduous and by erect shoots in semideciduous and evergreen species. Plagiotropic shoots allow similar irradiance along shoots and high biomass allocation in favor of leaves without foliage self-shading in deciduous tree species. The structural differentiation between short and long shoots was indicated by an exponential relationship between leaf display index and shoot length in all deciduous, in three semideciduous, and in two evergreen species. Therefore, especially in deciduous, the short shoots had higher leaf area per unit of length than the long shoots. The differentiation between short and long shoots depends on the shoot length in deciduous because of the leaf number on shoot is predetermined in buds. Contrastingly, the leaf neo-formation in semideciduous and in evergreen tree species keeps the shoot-leaf relationship per shoot length more constant, because of the foliage being produced according to the shoot growth during the year. In conclusion, the foliage persistence, the shoot inclination, the type of leaf production and the resources allocation between autotrophic and heterotrophic vegetative canopy parts are interdependent in cerrado tree species across different leaf phenological groups.