RESUMO Introdução: A homocisteína (Hcy) é um dos metabólitos da metionina (Met), um aminoácido essencial proveniente da dieta. Existe uma estreita relação entre os altos níveis plasmáticos de Hcy e o declínio da função renal. A Hcy plasmática e urinária tem sido alvo de estudos como um biomarcador capaz de sinalizar o prognóstico em doentes renais e em pacientes em hemodiálise. Esta revisão avalia os principais estudos que buscaram correlacionar a Hcy e o prognóstico da doença renal e descreve os tratamentos propostos para a redução dos níveis plasmáticos de Hcy nesses pacientes. Conclusão: A Hcy pode ser um biomarcador da progressão na doença renal, principalmente em pacientes hemodialíticos. Ressaltamos a importância da normalização dos níveis plasmáticos desse aminoácido para garantir um melhor prognóstico na doença renal.

ABSTRACT Introduction: Homocysteine (Hcy) is one of the metabolites of methionine (Met), an essential diet-derived amino acid. There is a close relationship between high plasma Hcy levels and declining renal function. Plasma and urinary Hcy level has been the target of studies as a biomarker that forecasts poor outcome in renal patients and in hemodialysis patients. This review evaluates the main studies that sought to correlate Hcy and poor prognosis in renal disease as well as the treatments proposed for the reduction of plasma Hcy levels in these patients. Conclusion: Hcy could be an important biomarker of renal disease progression mainly in hemodialysis patients. We emphasize the importance of normalizing plasma levels of this amino acid to ensure a better prognosis in kidney disease.

A Vancomicina (VCM) é indicada no combate à infecções por Gram-positivas, porém não é considerada um agente de primeira escolha por causa dos seus efeitos adversos. Acredita-se que o estresse oxidativo é o principal mecanismo responsável pela lesão endotelial e consequente toxicidade da VCM, que varia desde flebites à nefrotoxicidade. Ademais, as recomendações de doses, diluições, taxas e tipos de infusão ainda são controversos. O objetivo deste trabalho foi determinar o efeito de diferentes diluições de VCM na lesão endotelial, hepática e renal utilizando parâmetros bioquímicos e análise histopatológica. Ratos Wistar foram divididos aleatoriamente em seis grupos e submetidos à canulação da veia femoral para a administração de medicamentos. Os grupos controle receberam 0,9 ml de salina e os outros receberam VCM (10mg/Kg/dia) nas diluições de 5.0 e 10.0 mg/ml durante 3 e 7 dias. Homocisteína, PCR-us, AST, ALT, GGT, ureia, creatinina, licopeno, alfa-tocoferol, beta-caroteno e retinol foram analisados. Fragmentos de rins, fígado e veia femoral canulada foram coletados. Este estudo mostrou alterações na ALT, caracterizando hepatotoxicidade. Entretanto, as diluições dos medicamentos não foram capazes de evidenciar alterações nos outros parâmetros bioquímicos. Por outro lado, alterações histopatológicas foram observadas nos rins e endotélio. Mais estudos são necessários para a caracterização do efeito da VCM quanto à toxicidade nos rins e endotélio e ainda na busca de marcadores bioquímicos capazes de evidenciar tais alterações morfológicas.

Vancomycin (VCM) is indicated in combat against Gram-positive infections, but it is not considered a first-choice drug because of its adverse effects. It is believed that oxidative stress is the primary mechanism of endothelial injury and the consequent VCM toxicity, which varies from phlebitis to nephrotoxicity. Moreover, dose recommendations, dilution, rates and types of infusion are still controversial. The aim of this study was to determine the effect of different VCM dilutions in endothelial, liver and kidney injuries by biochemical parameters and histopathological analysis. Wistar rats were randomly divided into six groups and subjected to femoral vein cannulation for drug administration. Control groups received 0.9 ml of saline and the others received VCM (10mg/Kg/day) at dilutions of 5.0 and 10.0 mg/mL for 3 and 7 days. Homocysteine, hs-CRP, AST, ALT, GGT, urea, creatinine, lycopene, alpha-tocopherol, beta-carotene and retinol were analyzed. Kidney, liver and cannulated femoral vein fragments were collected.This study showed alterations in ALT which featured hepatotoxicity. However, drug dilutions were not able to show changes in other biochemical parameters. In contrast, kidney and endothelium pathological changes were observed. More studies are needed to characterize VCM induced kidney and endothelium toxicity and biochemical markers able to show such morphological modifications.

No adulto, a angiogênese é restrita a poucas condições fisiológicas. Ao contrário, a angiogênese descontrolada frequentemente está associada a patologias dependentes de angiogênese. Vários modelos animais foram descritos para ajudar na análise quantitativa da angiogênese in vivo e caracterizar moléculas pró e antiangiogênicas. Porém, ainda é necessário estabelecer um método quantitativo, reproduzível e específico para estudar os fatores pró e antiangiogênicos. Os objetivos deste trabalho foram padronizar um método para estudar angiogênese e investigar os efeitos da talidomida na angiogênese. Esponjas de 0,5 x 0,5 x 0,5 cm foram implantadas no dorso de camundongos controles e tratados (talidomida 200 mg/K/dia, por gavagem). Após sete dias, as esponjas foram retiradas. Avaliou-se a quantidade de hemoglobina na esponja e na circulação. A razão obtida entre esses valores foi testada por meio do teste não paramétrico Mann-Whitney. Os resultados mostraram que a angiogênese induzida pela esponja e quantificada por meio da razão hemoglobina esponja/circulação é um modelo útil para estudos in vivode angiogênese. Além disso, observou-se que a angiogênese induzida pela esponja diminui na presença de talidomida, corroborando para a validação do método padronizado.

In the adult organism, angiogenesis is restricted to a few physiological conditions. On the other hand, uncontrolled angiogenesis have often been associated to angiogenesis-dependent pathologies. A variety of animal models have been described to provide more quantitative analysis ofin vivo angiogenesis and to characterize pro- and antiangiogenic molecules. However, it is still necessary to establish a quantitative, reproducible and specific method for studies of angiogenesis factors and inhibitors. This work aimed to standardize a method for the study of angiogenesis and to investigate the effects of thalidomide on angiogenesis. Sponges of 0.5 x 0.5 x 0.5 cm were implanted in the back of mice groups, control and experimental (thalidomide 200 mg/K/day by gavage). After seven days, the sponges were removed. The dosage of hemoglobin in sponge and in circulation was performed and the ratio between the values was tested using nonparametric Mann-Whitney test. Results have shown that sponge-induced angiogenesis quantitated by ratio between hemoglobin content in serum and in sponge is a helpful model for in vivo studies on angiogenesis. Moreover, it was observed that sponge-induced angiogenesis can be suppressed by thalidomide, corroborating to the validity of the standardized method.

Liver microsomal cytochrome P4502E1-dependent p-nitrophenol (PNP) hydroxylation and expression of cytochrome P4502E1 were studied in rats subjected to g-hexachlorocyclohexane (HCCH) or L-3,3,,5-triiodothyronine (T3) administration as a possible mechanism contributing to superoxide radical (O2.-) generation. HCCH treatment (a single dose of 40 mg/kg body wt) produced a 43% increase in the content of total cytochrome P450, whereas T3 (daily doses of 0.1 mg/kg body wt for two consecutive days) led to a 37% decrease. NADPH-dependent O2.- generation was elevated by HCCH and T3, expressed as either per mg of protein or per nmol of cytochrome P450, with a 135% enhancement in the O2.- production/superoxide dismutase (SOD) activity ratios being observed in both conditions. This was partly due to depression of SOD activity. Concomitantly, the molecular activity of NADPH-cytochrome p450 reductase was enhanced by 90 and 69% by HCCH and T3, respectively. In these conditions, microsomal PNP hydroxylation showed increases of 58 and 45% in HCCH- and T3-treated rats over control values, respectively, with a parallel 31% (HCCH) and 41% (T3) enhancement in the content of cytochrome P4502E1 assessed by western immunoblotting. We conclude that HCCH and T3 enhance the expression and activity of cytochrome P4502E1 and that of NADPH-cytochrome P450 reductase in rat liver, regardless of the changes in total cytochrome P450 content, representing major contributory mechanisms to microsomal NADPH-dependent O2.- generation