A identificação de preditores da progressão da cardiopatia chagásica crônica (CCC) é essencial ao manejo adequado do paciente. Estudo coorte não concorrente de 165 pacientes portadores de CCC entre 1985-2010 quanto a preditores independentes da evolução da CCC. Os desfechos foram piora da classificação da CCC e surgimento de disfunção ventricular esquerda ao ecoDopplercardiograma. Variáveis sócio-demográficas, epidemiológicas, clínicas e propedêuticas foram estudadas e realizadas análise descritiva, análise de sobrevida com análise univariada (Kaplan-Meier e modelo univariado de Cox) e multivariada (modelo de regressão de Cox). O seguimento foi de dois a 20 anos, com média de 8,2 anos. A média de idade dos pacientes foi de 44,8 anos (20- 77 anos). Comparando ambos os tempos do estudo, no tempo 2 houve significância estatística do aumento do intervalo PR e da duração do QRS, além da redução da frequência cardíaca (Wilcoxon < 0,01). Os preditores da evolução da CCC no modelo final de regressão foram sexo masculino (HR = 2,81), pausas iguais ou maiores que dois segundos ao Holter (HR = 3,02), aumento do índice cardiotorácico (HR = 7,87) e tempo de uso de digital (HR = 1,41), destacando-se necessidade de seguimento e tratamento mais rigoroso para os chagásicos que cumulam estes fatores.
The identification of predictors for the progression of chronic Chagas cardiomyopathy (CCC) is essential to ensure adequate patient management. This study looked into a non-concurrent cohort of 165 CCC patients between 1985 and 2010 for independent predictors for CCC progression. The outcomes were worsening of the CCC scores and the onset of left ventricular dysfunction assessed by means of echo-Doppler cardiography. Patients were analyzed for social, demographic, epidemiologic, clinical and workup-related variables. A descriptive analysis was conducted, followed by survival curves based on univariate (Kaplan-Meier and Cox’s univariate model) and multivariate (Cox regression model) analysis. Patients were followed from two to 20 years (mean: 8.2). Their mean age was 44.8 years (20-77). Comparing both iterations of the study, in the second there was a statistically significant increase in the PR interval and in the QRS duration, despite a reduction in heart rates (Wilcoxon < 0.01). The predictors for CCC progression in the final regression model were male gender (HR = 2.81), Holter monitoring showing pauses equal to or greater than two seconds (HR = 3.02) increased cardiothoracic ratio (HR = 7.87) and time of use of digitalis (HR = 1.41). Patients with multiple predictive factors require stricter follow-up and treatment.