Objetivos: estimar e descrever a cobertura da triagem auditiva neonatal (TAN) para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, entre 2008 e 2011. Métodos: estudo ecológico de séries temporais utilizando-se dados do Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA-SUS), Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA) e Sistema de Informações de Beneficiários (SIB) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A cobertura foi estimada considerando-se os procedimentos para TAN autorizados pelo SUS e os nascidos vivos usuários do SUS, para cada ano e Unidade da Federação. Resultados: a cobertura nacional da TAN para usuários do SUS foi estimada em 7,1% em 2008, e alcançou 21,8% em 2011, com evidências de desigualdades inter e intrarregionais. Maiores coberturas foram observadas no Rio Grande do Sul (60,1%) e no Paraná (59,4%), enquanto Rondônia, Espírito Santo e Pernambuco apresentaram cobertura inferior a 5%. Conclusões: no país, mais de dois terços dos neonatos usuários do SUS não foram submetidos à triagem auditiva, mesmo em 2011, ano seguinte à promulgação da lei nacional que estabeleceu a obrigatoriedade do procedimento. Embora o cenário seja de avanço, a meta é a cobertura universal.
Objectives: to estimate and describe the coverage of newborn hearing screening (NHS) among users of the Brazilian National Health System (SUS) between 2008 and 2011. Methods: an ecological study of time series was conducted using data from the SUS’s Outpatients Information System (SIA-SUS), the Live Births Information System (SINASC), the Interagency Health Information Network (RIPSA) and the Beneficiaries Information System (SIB) of the National Supplementary Health Agency (ANS). Coverage was estimated based on the NHS procedures authorized by the SUS and the live newborns are users of SUS, for every year for each federal unit. Results: national NHS coverage among SUS users was estimated to have been 7.1% in 2008, and rose to 21.8% in 2011, with evidence disparities between and within regions. More extensive coverage was found in the states of Rio Grande do Sul (60.1%) and Paraná (59.4%), while, in the states of Rondônia, Espírito Santo and Pernambuco, coverage was less than 5%. Conclusions: in Brazil, more than two thirds of newborns who are users of the SUS did not undergo hearing screening, even in 2011, the following year the passing of a law making the procedure obligatory. Although there has been progress, the goal should be universal coverage.