Abstract: In 2019, the announcement of the possibility of rupture of the Sul Superior dam of the Gongo Soco Mine in Barão de Cocais (Minas Gerais State, Brazil) brought, and still brings, implications of a real collapse. This study evaluated the risk perception of residents facing the risk of rupture of this mining tailings dam, in addition to evaluating its influence on the lives of residents. Interviews were conducted with residents of the municipality (n = 62) between May and June 2021. Of those interviewed, 38.7% were removed from their homes. Only 56.5% had heard about the risk of collapse in 2019. The most used risk monitoring information sources were social media (45.2%) and the internet (37.1%). Upon receiving the news, most reported reactions of suffering and negative feelings such as fear, revolt and despair; 88.7% reported the emergence of economic (54.8%), environmental (41.9%), social (32.2%) and health (74.2%) problems, of which anxiety and depression were more frequently cited. Alcoholism, psychological disorders, ulcers, insomnia, cardiac arrhythmia and stress were also mentioned. The majority (58.1%) confirmed the worsening of health problems during the COVID-19 pandemic. Over two years after the announcement of the risk, the belief in the rupture decreased among interviewees. This study demonstrated that failures in risk communication, combined with the invisibility of psychological and social effects, exacerbated the vulnerability of the population to the risks associated with the “invisible mud.” Public policies and health actions aimed at caring for the population are necessary, especially those targeting mental illness.
Resumen: En 2019, el anuncio de la posibilidad del colapso de la presa Sul Superior de la mina Gongo Soco en Barão de Cocais (Minas Gerais, Brasil), ha generado implicaciones de un colapso real. Este estudio evaluó la percepción de riesgo de los residentes ante el riesgo de ruptura de esta presa de residuos mineros y su influencia en la vida de los residentes. Se realizaron entrevistas a los residentes del municipio (n = 62) entre mayo y junio de 2021. De los encuestados, el 38,7% fueron expulsados de sus hogares. Solo el 56,5% de ellos escucharon noticias sobre el riesgo de colapso en 2019. Las fuentes de información más utilizadas para monitorizar la situación de riesgo fueron las redes sociales (45,2%) e internet (37,1%). Al recibir la noticia, la mayoría manifestó reacciones de sufrimiento y sentimientos negativos como miedo, ira y desesperación; el 88,7% tuvieron problemas económicos (54,8%), ambientales (41,9%), sociales (32,2%) y de salud (74,2%), entre los cuales destacan con mayor frecuencia la ansiedad y la depresión. También se mencionaron alcoholismo, trastornos psicológicos, úlcera, insomnio, arritmia cardíaca y estrés. La mayoría (58,1%) confirmó el empeoramiento de los problemas de salud en el período de la pandemia de la COVID-19. Después de más de dos años del anuncio del riesgo, la creencia en el colapso disminuyó entre los encuestados. Este estudio demostró que las fallas en la comunicación de riesgos sumada a la invisibilidad de los efectos psicológicos y sociales intensificaron la vulnerabilidad de la población a los riesgos asociados con el “lodo invisible”. Son necesarias políticas públicas y acciones sanitarias orientadas a la atención de la población, principalmente relacionadas con la enfermedad mental.
Resumo: Em 2019, o anúncio da possibilidade de rompimento da barragem Sul Superior, da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais (Minas Gerais, Brasil), trouxe, e ainda traz, implicações de um colapso real. Este trabalho avaliou a percepção de risco dos moradores diante do risco de ruptura dessa barragem de rejeitos de mineração, além de avaliar a sua influência na vida dos moradores. Entrevistas foram realizadas com moradores do município (n = 62), entre maio e junho de 2021. Dos entrevistados, 38,7% foram removidos de suas residências. Apenas 56,5% ouviram falar sobre o risco do colapso em 2019. As fontes de informações mais usadas para acompanhar a situação de risco foram as redes sociais (45,2%) e a internet (37,1%). Ao receber a notícia, a maioria dos participantes relatou reações de sofrimento e sentimentos negativos, como medo, revolta e desespero; 88,7% relataram o surgimento de problemas econômicos (54,8%), ambientais (41,9%), sociais (32,2%) e de saúde (74,2%), em que ansiedade e depressão foram citadas com maior frequência. Alcoolismo, transtornos psicológicos, úlcera, insônia, arritmia cardíaca e estresse também foram mencionados. A maioria (58,1%) confirmou o agravamento dos problemas de saúde no período da pandemia de COVID-19. Após mais de dois anos do risco anunciado, a crença no rompimento diminuiu entre os entrevistados. Este estudo demonstrou que falhas na comunicação de risco, aliadas à invisibilidade dos efeitos psicológicos e sociais, exacerbaram a vulnerabilidade da população diante dos riscos associados à “lama invisível”. Políticas públicas e ações de saúde voltadas ao cuidado da população são necessárias, principalmente relacionadas ao adoecimento mental.