RESUMO O desmatamento (a remoção completa da cobertura florestal) e a degradação florestal (a perda significativa de estrutura, funções e processos florestais) são o resultado da interação entre vários fatores causadores diretos, frequentemente operando em conjunto. Até 2018, a floresta amazônica perdeu aproximadamente 870.000 km2 de cobertura florestal original, principalmente devido à expansão da agricultura e pecuária. Outros impulsionadores diretos da perda florestal incluem abertura de novas estradas, construção de barragens hidrelétricas, exploração de minerais e petróleo e urbanização. Os impactos do desmatamento variam de local a global, incluindo mudanças locais na configuração da paisagem, clima e biodiversidade, impactos regionais nos ciclos hidrológicos, e aumento global das emissões de gases de efeito estufa. Das florestas amazônicas remanescentes, 17% estão degradadas, correspondendo a 1.036.080 km2. A degradação florestal tem várias causas antropogênicas, incluindo incêndios no sub-bosque, efeitos de borda, extração seletiva de madeira, caça e mudanças climáticas. Florestas degradadas têm estrutura, microclima e biodiversidade significativamente diferentes em comparação com as não perturbadas, tendedo a maior mortalidade de árvores, menor estoque de carbono, mais aberturas no dossel, temperaturas mais altas, menor umidade, maior exposição ao vento e mudanças de composição e funcionais na fauna e na flora. Florestas degradadas podem se assemelhar a florestas não perturbadas, dependendo do tipo, duração, intensidade e frequência do evento de perturbação. Em alguns casos, isso pode impedir o retorno a uma linha de base histórica. Evitar mais perdas e degradação das florestas amazônicas é crucial para garantir que elas continuem a fornecer serviços ecossistêmicos valiosos e de suporte à vida.
ABSTRACT Deforestation (the complete removal of an area’s forest cover) and forest degradation (the significant loss of forest structure, functions, and processes) are the result of the interaction between various direct drivers, often operating together. By 2018, the Amazon forest had lost approximately 870,000 km2 of its original cover, mainly due to expansion of agriculture and ranching. Other direct drivers of forest loss include the opening of new roads, construction of hydroelectric dams, exploitation of minerals and oil, and urbanization. Impacts of deforestation range from local to global, including local changes in landscape configuration, climate, and biodiversity, regional impacts on hydrological cycles, and global increase of greenhouse gas emissions. Of the remaining Amazonian forests, 17% are degraded, corresponding to 1,036,080 km2. Forest degradation has various anthropogenic drivers, including understory fires, edge effects, selective logging, hunting, and climate change. Degraded forests have significantly different structure, microclimate, and biodiversity as compared to undisturbed ones. These forests tend to have higher tree mortality, lower carbon stocks, more canopy gaps, higher temperatures, lower humidity, higher wind exposure, and exhibit compositional and functional shifts in both fauna and flora. Degraded forests can come to resemble their undisturbed counterparts, but this depends on the type, duration, intensity, and frequency of the disturbance event. In some cases this may impede the return to a historic baseline. Avoiding further loss and degradation of Amazonian forests is crucial to ensuring that they continue to provide valuable and life-supporting ecosystem services.