Resumo Este artigo propõe a análise de um caso emblemático para a região dos países sul-americanos, como o impeachment da presidenta do Brasil, Dilma Rousseff (2016). Buscamos aprofundar o que chamamos de intervenção da semiosfera religiosa como uma ação política baseada em determinadas lógicas religiosas, bem como paradigmas de decisões político-judiciais. A análise proposta, a partir de uma perspectiva semiótica, nos permite avançar para compreender também movimentos que estão ocorrendo hoje em alguns governos da região sul-americana. Isso porque o impeachment de Dilma Rousseff pode ser entendido como um signo que, potencialmente, nos permite inferir sobre o presente. Identificamos como os atores da arena política parlamentar, ao justificarem seu voto a favor do impeachment, fizeram uso de argumentos até então pouco usuais na esfera parlamentar. Não estamos a sugerir que a relação político-religiosa seja nova ou original. Mas podemos inferir que estamos vivenciando algo diferente como uma ressignificação que reforça uma tensão semiótica com consequências, de aparência inalterável de renovação, transformação e transfiguração em outra coisa, um terceiro elemento do religioso concebido como político.
Resumen El presente artículo propone el análisis de un caso emblemático para la región de los países de América del Sur, como lo fue el impeachment de la presidenta de Brasil Dilma Rousseff (2016). Buscamos profundizar en lo que denominamos la intervención de la semiosfera religiosa como actuación política teniendo determinadas lógicas religiosas como base, así como normas de decisiones político-judiciales. El análisis propuesto, desde una perspectiva semiótica, nos permite avanzar para también comprender movimientos que se están dando hoy en día en algunos gobiernos de la región de América del Sur. Esto ocurre así porque la destitución a Dilma Rousseff puede ser entendida como un signo que, en potencia, nos posibilita inferir sobre la actualidad. Identificamos cómo actores del campo político parlamentario, a la hora de fundamentar su voto a favor de la destitución, se sirvieron de argumentos que no se acostumbraba a utilizar en ámbitos parlamentarios hasta el momento. No estamos proponiendo que la relación política-religión sea nueva u original, pero sí podemos inferir que estamos vivenciando algo distinto, como la resignificación que fortalece una tensión semiótica con consecuencias de renovación, transformación y transfiguración en otra cosa: un tercer elemento entre lo religioso y político.
Abstract This article proposes the analysis of an emblematic case for the region of South American countries, such as the impeachment of the president of Brazil, Dilma Rousseff (2016). We seek to delve into what we call the intervention of the religious semiosphere as a political action based on certain religious logistics, as well as norms of political-judicial decisions. The proposed analysis, from a semiotic perspective, allows us to move forward to also understand movements that are taking place today in some governments in the South American region. This is because the impeachment of Dilma Rousseff can be understood as a sign that, potentially, allows us to infer about the present. We identified how actors in the parliamentary political field, when justifying their vote in favor of the impeachment, made use of arguments that were not customary in the parliamentary sphere until now. We are not proposing that the political-religious relationship is new or original. But we can infer that we are experiencing something different as the resignification that strengthens a semiotic tension with consequences, of unalterable appearance of renewal, transformation and transfiguration into something else, a third element of the religious construed as political.