Racism against indigenous peoples is a phenomenon of increasing notoriety, given the reports and analyses indicating how people in various socio-cultural contexts are affected. This work aims to create a general framework for this phenomenon by analysing episodes of racism gathered in the reports on "Violence against Indigenous Peoples," a series of publications by the Indigenous Missionary Council (CIMI). With volumes released annually, the reports compile cases since 2003, totalling 362 occurrences in the 20 years of the survey. The work consisted of reading, analysing, and systematizing the cases, and identifying the characters and contexts involved in these acts. Although these episodes do not represent the entirety of racist practices perpetrated against indigenous peoples, such occurrences allow us to glimpse the main agents, locations of occurrence, and forms of manifestation of this phenomenon, enabling us to determine which peoples have suffered racist actions, as well as which agents perpetrated them and in which locations and/or relational contexts. Additionally, we sought to investigate the main forms assumed by racist actions, relating these manifestations to the agents and situations previously identified. These data have shown in which ways racism is not an episodic occurrence but constitutes a structuring element of the social relations experienced by indigenous peoples in Brazil. These relations can spread across various socio-cultural contexts, as they manifest the prevalence of colonial relations.
El racismo contra los pueblos indígenas es un fenómeno cada vez más notorio, dadas las denuncias y análisis que indican cómo se ven afectados personas en los más variados contextos socioculturales. Este trabajo pretende construir un panorama general de este fenómeno, a través del análisis de episodios de racismo recogidos en los reportajes sobre "Violencia contra los pueblos indígenas", una serie de publicaciones realizadas por el Consejo Indígena Misionero (CIMI). Con volúmenes publicados anualmente, los informes recopilan casos desde 2003, totalizando 362 ocurrencias en los 20 años de la encuesta. El trabajo consistió en leer, analizar y sistematizar los casos, identificando los personajes y contextos involucrados en estos hechos. Si bien estos episodios no expresan la totalidad de las prácticas racistas perpetradas contra los pueblos indígenas, tales hechos permiten vislumbrar los principales agentes, lugares de ocurrencia y formas de manifestación de este fenómeno, permitiendo determinar qué personas sufrieron acciones racistas, así como qué agentes los practicaron y en qué lugares y/o contextos relacionales. A continuación, se buscó conocer cuáles fueron las principales formas de acciones racistas, relacionando estas manifestaciones con agentes y situaciones previamente identificadas. Tales datos mostraron que el racismo no es algo episódico, sino que constituye un elemento estructurante de las relaciones sociales que viven hoy los pueblos indígenas en Brasil, extendiéndose en los más variados contextos socioculturales y marcando las actuales relaciones coloniales.
O racismo contra os povos indígenas é um fenômeno com crescente notoriedade, dadas as denúncias e análises a indicar como povos nos mais variados contextos socioculturais são afetados. O presente trabalho pretende construir um quadro geral sobre esse fenômeno, mediante a análise dos episódios de racismo reunidos nos relatórios sobre a "Violência contra os povos indígenas", uma série de publicações a cargo do Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Com volumes lançados anualmente, os relatórios compilam os casos desde 2003, totalizando 362 ocorrências nos 20 anos do levantamento. O trabalho consistiu na leitura, análise e sistematização dos casos, identificando os personagens e contextos envolvidos nesses atos. Embora esses episódios não expressem a totalidade das práticas racistas perpetradas contra os povos indígenas, tais ocorrências permitem vislumbrar os principais agentes, locais de ocorrência e formas de manifestação desse fenômeno, permitindo constatar quais povos sofreram ações racistas, bem como quais agentes os praticaram e em quais localidades e/ou contextos relacionais. Em seguida, buscou-se averiguar quais foram as principais formas assumidas pelas ações racistas, relacionando essas manifestações com os agentes e situações previamente identificados. Tais dados mostraram que o racismo não é algo episódico, pois se constitui em um elemento estruturante das relações sociais vivenciadas pelos povos indígenas no Brasil atual, se espraiando pelos mais variados contextos socioculturais e marcando as relações coloniais vigentes.