Abstract Rhipicephalus linnaei, commonly known as the brown dog tick, are preferential hosts for dogs, to whom they also transmit various pathogens. The control of these ectoparasites is generally achieved through the use of synthetic chemical products, which can lead to the development of resistance. Bioactive compounds extracted from plants are being studied as an alternative strategy for tick control, including Cannabis sativa, which provides an extract from its flowers known for its diverse therapeutic properties, applicable to both humans and animals. Therefore, in the work that originated this project investigated the effects of C. sativa flower extract in oil dilutions of 0.2, 0.4, and 0.8 mg/mL, applied to skin lesions of rabbit hosts of R. linnaei ticks, to evaluate their healing. In addition, this procedure made it necessary to evaluate, what was done in the present work, the hepatic tissue of these animals, as the extract, while functioning as a tickicide and promoting healing of skin lesions, should also be harmless to the hosts to be considered viable for ectoparasite control. For this purpose, histological and histochemical techniques were applied to the livers of the rabbits (to identify morphological alterations), which were divided into: control group (CG), exposed to 1 mL of oil, showing no hepatic alterations; treated group 1 (TG1), exposed to 0.2 mg/mL, showing cytoplasmic vacuolization in hepatocytes; treated group 2 (TG2), exposed to 0.4 mg/mL, displaying intense morphological alterations, including disorganization of hepatocyte cords, hepatocyte hypertrophy, altered nuclei, and signs of cell death; treated group 3 (TG3), exposed to 0.8 mg/mL, also showing tissue disorganization and cellular vacuolization, but to a lesser extent than TG2. In addition to morphological evaluation, the biochemical activity of hepatic enzymes AST and ALT was assessed. An increase in ALT was observed in TG2, while no other groups showed changes in these parameters. Overall, this study concluded that although the C. sativa flower extract at various dilutions has potential as a tickicide and for healing skin lesions (personal communication), it causes hepatic tissue damage in rabbits to varying degrees, with the 0.4 mg/mL dilution showing the highest hepatotoxic potential.
Resumo Rhipicephalus linnaei, conhecido como carrapato-vermelho-do-cão, têm cães como hospedeiros preferenciais, aos quais também transmitem diversos patógenos. O controle desses ectoparasitas é geralmente feito por meio do uso de produtos químicos sintéticos, que podem levar ao desenvolvimento de resistência. Compostos bioativos extraídos de plantas estão sendo estudados como uma estratégia alternativa para o controle de carrapatos, incluindo a Cannabis sativa, que fornece um extrato de suas flores conhecido por suas diversas propriedades terapêuticas, aplicáveis tanto a humanos quanto a animais. Portanto, o trabalho que originou este projeto investigou os efeitos do extrato de flores de C. sativa em diluições de óleo de 0,2, 0,4 e 0,8 mg/mL, aplicados a lesões cutâneas de coelhos hospedeiros de carrapatos R. linnaei, para avaliar sua cicatrização. Além disso, esse procedimento exigiu a avaliação, realizada no presente trabalho, do tecido hepático desses animais, já que o extrato, enquanto funciona como um carrapaticida e promove a cicatrização das lesões cutâneas, também deveria ser inofensivo para os hospedeiros, para ser considerado viável no controle de ectoparasitas. Para isso, foram aplicadas técnicas histológicas e histoquímicas nos fígados dos coelhos (para identificar alterações morfológicas), divididos em: Grupo Controle (GC), exposto a 1 mL de óleo, sem alterações hepáticas; Grupo Tratado 1 (GT1), exposto a 0,2 mg/mL, apresentando vacuolização citoplasmática nos hepatócitos; Grupo Tratado 2 (GT2), exposto a 0,4 mg/mL, mostrando intensas alterações morfológicas, incluindo desorganização dos cordões de hepatócitos, hipertrofia dos hepatócitos, núcleos alterados e sinais de morte celular; Grupo Tratado 3 (GT3), exposto a 0,8 mg/mL, também mostrando desorganização tecidual e vacuolização celular, mas em menor grau do que o GT2. Além da avaliação morfológica, foi avaliada a atividade bioquímica das enzimas hepáticas AST e ALT. Observou-se um aumento da ALT no GT2, enquanto nenhum outro grupo mostrou alterações nesses parâmetros. De maneira geral, este estudo concluiu que, embora o extrato de flores de C. sativa em diversas diluições tenha potencial como carrapaticida e para a cicatrização de lesões cutâneas (informação pessoal), ele causa danos ao tecido hepático nos coelhos em diferentes graus, sendo que a diluição de 0,4 mg/mL apresentou o maior potencial hepatotóxico.