Resumo: Este artigo é parte da dissertação de mestrado da autora, na qual, partindo da problematização da categoria de inimputável penal, interrogam-se as produções de verdade que surgem do encontro entre o direito e os saberes psi, formalizado na disciplina psicojurídica. Visibilizando as rachaduras do processo de julgar-diagnosticar o sujeito inimputável, fazem-se ver também as questões-problema quanto à categoria de imputável penal, interrogando-se o fundamento mesmo dessa imputabilidade, a culpa, que vai definir uma forma de ser sujeito como ideal. Nesse contexto, os saberes psi oferecem suporte a essas construções de verdade, colaborando para a continuidade de uma estrutura de punição sustentada fundamentalmente pelo racismo. Conclui-se, então, que não há possibilidade de reforma dessa estrutura, sendo necessário criar outras maneiras de lidar com as questões suscitadas pelos conflitos entre os sujeitos. Assim, torna-se imprescindível um reposicionamento da psicologia, deixando de exercer uma função justificadora do sistema penal, oferecendo-se para construir essas outras respostas-percurso.
Abstract: This study belongs to its author’s master’s dissertation, in which, by problematizing the category of the unimputable criminal, questions the productions of truth that arise from the encounter between law and psi knowledge formalized in the psycho-legal discipline. By making visible the cracks in the process of judging and diagnosing the unaccountable subject, the problem-questions regarding the category of imputable criminal are also visible, questioning the very foundation of this imputability, guilt, which will define a way of being a subject as ideal. In this context, psi knowledge supports these constructions of truth, contributing to the continuity of a structure of punishment supported fundamentally by racism. It is concluded, the impossibility of reforming this structure, requiring the creation other ways to address the issues raised by the conflicts between people. Thus, a repositioning of psychology becomes essential, ceasing to exercise a justifying function of the penal system and offering itself to build these other responses-path.
Resumen: Este artículo es parte del trabajo de maestría de la autora, en lo cual, a partir de la problematización de la categoría de inimputable penal, se cuestionan las producciones de verdad que surgen del encuentro entre el derecho y los saberes psi, formalizado en la disciplina psicojurídica. Al hacer visibles las grietas en el proceso de juzgar y diagnosticar al sujeto inimputable, también se visibilizan las cuestiones-problema sobre la categoría de imputable penal, cuestionando el fundamento mismo de esta imputabilidad, la culpa, que definirá un modo de ser sujeto como ideal. En este contexto, el saber psi sustenta estas construcciones de verdad, contribuyendo a la continuidad de una estructura de castigo sustentada fundamentalmente en el racismo. Se concluye que no hay posibilidad de reformar esta estructura, siendo necesario crear otras formas de abordar las cuestiones suscitadas por los conflictos entre los sujetos. Así, se hace imprescindible un reposicionamiento de la psicología, dejando de ejercer una función justificadora del sistema penal, ofreciéndose para construir estas otras respuestas-camino.