Abstract In this article, we intend to explore the complex link between Karl Marx’s work and what we call the Global South (once known as the Third World). By focusing on the relationship Marx maintained with the non-European world and the colonial, peripheral, dependent societies subdued to Westernized impositions, we discuss and challenge the mainstream narrative prevailing in more than a few schools. To do so, we do not only approach the little explored writings by an unknown Marx. In tandem with this, we take a look of various caricatures, whether those of Isaiah Berlin and Karl Popper, widely disseminated in the Anglo-Saxon circuit; or those of Kaustky, Bernstein, Bebel or Ebert, largely extended in the European social democracy arena (from the early twentieth century to the present day). In both cases, a "totalitarian, colonialist and Eurocentric" Marx is made up and constructed — whether in favor of or against. An completely Westernised fictional character, today recycled by counterinsurgent foundations and NGOs for propaganda purposes, though with little or no documentary basis.
Resumen En este texto, se intenta explorar el vínculo complejo que existe entre la obra de Karl Marx y lo que hoy denominamos el Sur global (en otra época conocido como el Tercer Mundo). Centrándonos en la relación de Marx con el mundo no europeo y las sociedades coloniales, periféricas, dependientes, sometidas a las imposiciones occidentalistas, discutimos y cuestionamos la leyenda oficial predominante en no pocas academias. Para ello, no solo abordamos escritos escasamente explorados de un Marx desconocido. Al mismo tiempo hacemos un beneficio de inventario frente a diversas caricaturas, ya sea las de Isaiah Berlin y Karl Popper, ampliamente difundidas en el circuito anglosajón; ya sea las de Kaustky, Bernstein, Bebel o Ebert, predominantes en el ámbito de la socialdemocracia europea (desde inicios del siglo XX hasta nuestros días). En ambos casos, se inventa y se construye —a favor o en contra— un Marx «totalitario, colonialista y eurocéntrico». Un personaje de ficción absolutamente occidentalista, reciclado hoy por fundaciones y ONG contrainsurgentes con fines propagandísticos, pero con escasa o nula base documental.
Resumo Neste texto tenciona-se examinar a complexa conexão que existe entre a obra de Karl Marx e o que hoje denominamos Sul global (em outra época conhecido como o Terceiro Mundo). Centrados na relação de Marx com o mundo não europeu e as sociedades coloniais, periféricas, dependentes, submetidas às imposições ocidentalistas, discutimos e questionamos a lenda oficial predominante em não poucas academias. Para tanto, não só abordamos escritos pouco estudados de um Marx desconhecido. Ao mesmo tempo, fazemos um inventário de diversas caricaturas, sejam as de Isaiah Berlin e Karl Popper, amplamente difundidas no circuito anglo-saxão; ou as de Kaustky, Bernstein, Bebel ou Ebert, predominantes no âmbito da socialdemocracia europeia (de inícios do século XX até os nossos dias). Em ambos os casos, é inventado e construído –em favor ou contra– um Marx “totalitário, colonialista e eurocêntrico”. Uma personagem de ficção absolutamente ocidentalista, reciclado hoje por fundações e ONGs contrainsurgentes com fins propagandísticos, mas com escassa ou nula base documental.