RESUMO Objetivo: Avaliar o impacto indireto da pandemia da COVID-19 sobre a tuberculose, sífilis congênita, sífilis gestacional e dengue. Método: Estudo epidemiológico, do tipo ecológico, de série temporal. Foi analisado período de 2015–2021, em município de médio porte do Paraná, e comparado ao estado do Paraná e Brasil. Dados foram extraídos do Sistema de Informações de Agravos de Notificação. Calcularam-se taxas brutas e padronizadas de incidência/detecção. Tendências temporais foram elaboradas com modelos de regressão linear. Resultados: Verificou-se aumento nas taxas de sífilis congênita em 2021 (30% dos casos, β = 4,47, IC 95%: 1,24–7,69), sífilis gestacional durante a pandemia (41% dos casos, β = 3,65, IC 95%: 1,08–6,21) e tuberculose (β = 2,48, IC 95%: 1,08–3,88). Houve crescimento da taxa média padronizada para tuberculose (p = 0,022) e sífilis congênita (p = 0,034) nos dois primeiros anos pandêmicos. Conclusão: A COVID-19 impactou indiretamente no controle da tuberculose, sífilis congênita e gestacional no município estudado. As taxas elevadas não seguiram a tendência nacional e estadual e indicam que a vigilância em saúde deve ser municipalizada para as prioridades locais.
ABSTRACT Objective: To assess the indirect impact of the COVID-19 pandemic on tuberculosis, congenital syphilis, gestational syphilis, and dengue. Method: Epidemiological, ecological, time series study. The period from 2015–2021 was analyzed, in a medium-sized municipality in Paraná, and compared to the state of Paraná and Brazil. Data were extracted from the Notifiable Diseases Information System (SINAN). Gross and standardized incidence/detection rates were calculated. Temporal trends were constructed using linear regression models. Results: There was an increase in the rates of congenital syphilis in 2021 (30% of cases, β = 4.47, 95% CI: 1.24–7.69), gestational syphilis during the pandemic (41% of cases, β = 3.65, 95% CI: 1.08–6.21), and tuberculosis (β = 2.48, 95% CI: 1.08–3.88). There was an increase in the standardized mean rate for tuberculosis (p = 0.022) and congenital syphilis (p = 0.034) in the first two pandemic years. Conclusion: COVID-19 indirectly impacted the control of tuberculosis, congenital and gestational syphilis in the municipality studied. The high rates did not follow the national and state trend and indicate that health surveillance should be municipalized for local priorities.
RESUMEN Objetivo: Evaluar el impacto indirecto de la pandemia de COVID-19 sobre la tuberculosis, la sífilis congénita, la sífilis gestacional y el dengue. Método: Estudio epidemiológico, ecológico, de series de tiempo. Se analizó el período de 2015–2021, en un municipio de tamaño mediano de Paraná, y se comparó con el estado de Paraná y Brasil. Los datos se extrajeron del Sistema de Información de Enfermedades de Notificación Obligatoria. Se calcularon las tasas de incidencia/detección brutas y estandarizadas. Las tendencias temporales se crearon con modelos de regresión lineal. Resultados: Hubo un aumento en las tasas de sífilis congénita en 2021 (30% de los casos, β = 4,47, IC 95%: 1,24–7,69), sífilis gestacional durante la pandemia (41% de los casos, β = 3,65, 95% IC: 1,08–6,21) y tuberculosis (β = 2,48, IC 95%: 1,08–3,88). Hubo un aumento en la tasa promedio estandarizada de tuberculosis (p = 0,022) y sífilis congénita (p = 0,034) en los dos primeros años de la pandemia. Conclusión: La COVID-19 impactó indirectamente en el control de la tuberculosis, sífilis congénita y gestacional en el municipio estudiado. Las altas tasas no siguieron la tendencia nacional y estatal e indican que la vigilancia de la salud debe ser municipalizada para las prioridades locales.