Resumo Objetivo: Identificar os efeitos da pandemia de COVID-19 na saúde mental da comunidade acadêmica de uma universidade federal. Métodos: Estudo transversal com 586 indivíduos da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Um questionário online com questões de múltipla escolha foi disponibilizado na plataforma virtual RedCap . O questionário foi elaborado com base no conteúdo de um guia, o qual trata das principais considerações sobre saúde mental durante a pandemia. Os desfechos avaliados foram aspectos da saúde mental, como angústia, irritabilidade, entre outros. A análise estatística foi realizada no software Statistical Package for Social Sciences e a associação entre as variáveis foi avaliada através do Teste Qui-quadrado e Teste T de Student. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Participaram 586 indivíduos: 81% mulheres, 72,8% alunos de graduação e pós-graduação, 58,2% com renda per capita de até 5 salários mínimos e 90,3% brancos. Os sentimentos mais prevalentes foram: impotência (93,5%), angústia (90,8%), medo de perder familiares, amigos ou conhecidos (90,1%), irritabilidade (85,3%) e tristeza (89,9%). Constatou-se que ser do sexo feminino foi fator de risco para apresentar a maioria dos sentimentos, com exceção da irritabilidade e do tédio. Conclusão: A pandemia de COVID-19 exerceu efeitos na saúde mental da comunidade acadêmica, reforçando a necessidade de instituir protocolos de intervenção psicológica na pandemia. Verificou-se diferença estatística significante entre os sexos, em que os efeitos psicológicos mostraram-se mais acentuados na população do sexo feminino.
Abstract Objective: To identify COVID-19 pandemic effects on mental health in an academic community from a federal university. Methods: Transversal study carried out with 586 individuals from the academic community from the Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. We elaborated an online multiple-choice questionnaire hosted in the RedCap platform. We elaborated the questionnaire based on a guide content, which addresses the main considerations of mental health during the pandemic. Aspects of mental health, such as anguish, irritability, among others, were the outcome evaluated. We carried out the statistical analysis in the Statistical Package for Social Sciences software and the association between variables was evaluated through the Chi-square test and the student T-test. The significance level adopted was 5%. Results: 586 individuals participated: 81% women, 72,8% Exploratory, transversal, and quantitative study, where the scenario was the Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), located in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. The transversal study is characterized by the direct observation of a sample of individuals in a single moment, 58,2% with per capita income of minimum 5 salaries, and 90,3% white. The most prevalent feelings were: Impotence (93,5%), anguish (90,8%), fear of losing relatives, friends or familiars (90,1%), irritability (85,3%) and sadness (89,9%). We found that female sex is a factor of risk to present most of the feelings, except irritability and boredom. Conclusion: The COVID-19 pandemic affected the mental health of the academic community, reinforcing the necessity of establishing psychological intervention protocols in the pandemic. We found a significant statistical difference between the sexes, in which the psychological effects are more severe in the female sex.
Resumen Objetivo: Identificar los efectos de la pandemia de COVID-19 en la salud mental de una comunidad académica de una universidad nacional. Métodos: Estudio transversal con 586 individuos de la comunidad académica de la Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Se puso a disposición un cuestionario digital con preguntas de selección múltiple en la plataforma virtual RedCap . El cuestionario fue elaborado con base en el contenido de una guía que aborda las principales consideraciones sobre salud mental durante la pandemia. Los parámetros evaluados fueron aspectos de salud mental, como angustia, irritabilidad, entre otros. El análisis estadístico se realizó en el software Statistical Package for Social Sciences y la relación entre las variables fue evaluada a través de la prueba χ² de Pearson y test-T de Student. El nivel de significación adoptado fue de 5 %. Resultados: Participaron 586 individuos: 81 % mujeres, 72,8 % alumnos de grado y de posgrado, 58,2 % con renta per cápita de hasta 5 salarios mínimos y 90,3 % blancos. Los sentimientos más prevalentes fueron: impotencia (93,5 %), angustia (90,8 %), miedo de perder familiares, amigos o conocidos (90,1 %), irritabilidad (85,3 %) y tristeza (89,9 %). Se constató que ser de sexo femenino fue factor de riesgo para presentar la mayoría de los sentimientos, a excepción de la irritabilidad y el aburrimiento. Conclusión: La pandemia de COVID-19 produjo efectos en la salud mental de la comunidad académica, lo que refuerza la necesidad de instituir protocolos de intervención psicológica durante la pandemia. Se verificó diferencia estadística significativa entre los sexos, en la que los efectos psicológicos se mostraron más acentuados en la población de sexo femenino.