Abstract This work aims to provoke reflections on the potential of human relations in mental health care by articulating Paulo Freire’s educational action and Jürgen Habermas’s communicative action, proposing a theoretical construct called “educative-communicative action” for the relationship of social workers with family members and users of Psychosocial Care Centers. The theoretical construct of educational-communicative action emerged from fundamental categories, such as: listening, dialogue, language, culture, horizontality and education. In addition to the categories that emerge from the relation between Habermas and Freire, care can also be added as a fundamental category for the educational-communicative action. From the anti-asylum precepts, the educational-communicative action has the potential to strengthen family and community bonds, as an operative technical intervention of social work. To do this, a potent permanent health education intervention is needed among the social workers in order to strengthen the anti-asylum principles in professional practice, to broaden the historical perspective on the Psychiatric Reform and to encourage a concept of education that is emancipatory and, consequently, anti-asylum, based on the ethical-political project of the profession.
Resumo Este trabalho tem por objetivo provocar reflexões sobre o potencial das relações humanas para o cuidado em saúde mental a partir da articulação entre o agir educativo de Paulo Freire e o agir comunicativo de Jürgen Habermas, propondo um construto teórico denominado “agir educativo-comunicativo” na relação das/dos assistentes sociais com familiares e usuárias/os no processo de trabalho desenvolvido em Centros de Atenção Psicossocial. O construto teórico do agir educativo-comunicativo emergiu de categorias fundamentais, tais como: a escuta, o diálogo, a linguagem, a cultura, a horizontalidade e a educação. Além das categorias que emergem da relação entre Habermas e Freire, é possível acrescentar ainda o cuidado, enquanto categoria também fundamental para o agir educativo-comunicativo. A partir dos preceitos antimanicomiais, o agir educativo-comunicativo tem potencial para fortalecer os vínculos familiares e comunitários enquanto intervenção técnico-operativa do serviço social. Para tanto, faz-se necessária uma intervenção potente de educação permanente em saúde com as/os assistentes sociais, no sentido de fortalecer os princípios antimanicomiais na prática profissional, de ampliar a perspectiva histórica sobre a Reforma Psiquiátrica e de fomentar um conceito de educação que seja emancipadora e, por consequência, antimanicomial, baseada no projeto ético-político da profissão.