O texto propõe a existência de uma divisão básica na relação entre política e Internet: a política "da" Internet e a política "na" Internet. Em seguida, agrega os temas das políticas da internet em três campos de disputas fundamentais: sobre a infra-estrutura da rede; sobre os formatos, padrões e aplicações; e sobre os conteúdos. Analisa os temas políticos atuais mais relevantes de cada campo conflituoso, articulando dois aspectos: o tecno-social e o jurídico-legislativo. Este artigo trabalha com o conceito de arquitetura de poder, uma extensão da definição de Alexander Galloway sobre o gerenciamento protocolar, e com a perspectiva de Yochai Benkler sobre a existência de uma esfera pública interconectada. Sua conclusão indica que a liberdade nas redes cibernéticas depende da existência da navegação não-identificada, ou seja, do anonimato. Apontada como uma das principais contendas políticas da Internet, a possibilidade do anonimato é apresentada como um elemento fundamental de resistência frente às amplas possibilidades de controle da comunicação social. Sendo assim, a garantia da liberdade de produzir conteúdos e de acessá-los nas redes cibernéticas - em que os rastros digitais acompanham toda a navegação dos cidadãos interagentes - exige a defesa da não-identificação.
This text proposes the existence of a basic divide in the relationship between politics and the Internet: the politics "of" the Internet and politics "on" the Internet. Topics of the politics of the internet are then divided into three fundamental fields of contention: network infrastructure; formats, patterns and applications and contents. It analyzes the most relevant current political topics within each field of conflict, articulating two aspects: the techno-social and the juridical-legislative. This article works with the concept of the architecture of power, an extension of Alexander Galloway's definition of protocol management and with Yochai Benkler's perspective on the existence of an interconnected public sphere. We conclude that freedom within cybernetic networks depends on the existence of non-identified navigation, that is, of anonymity. Pointed out as one of the major political disputes involving the Internet, the possibility of anonymity is presented as a fundamental element of resistance in the face of the ample possibilities that exist for control of social communication. Thus, to guarantee the freedom to produce content and have access to it through cybernetic networks (in which digital footprints accompany all navigation done by interacting citizens) demands support for non-identification.
Le texte propose l'existence d'une division fondamentale dans la relation entre politique et Internet : la politique « d'Internet » et la politique « sur Internet ». Ensuite, l'article réunit les thèmes des politiques d'Internet en trois terrains de disputes essentielles : l'infrastructure du réseau ; les formats, standards et applications ; et les contenus. Il examine les thèmes politiques actuels les plus marquants de chaque terrain de conflit, en articulant deux aspects : le technosocial et le juridico-législatif. Cet article utilise le concept d'architecture de pouvoir, un prolongement de la définition d'Alexander Galloway sur la gérance protocolaire, et la perspective d'Yochai Benkler sur l'existence d'une dimension publique interconnectée. Sa conclusion indique que la liberté dans les réseaux cybernétiques dépend de l'existence de la navigation non-identifiée, c'est-à-dire de l'anonymat. Considérée comme l'une des principales querelles politiques d'Internet, la possibilité de l'anonymat est présentée comme un élement essentiel de résistance face aux vastes possibilités de contrôle de la commuication sociale. Ainsi, la garantie de la liberté de produire des contenus et de les accéder dans les réseaux cybernétiques sur lesquels les empreintes numérisées suivent toute la navigation des citoyens interagents - exige la défense de la non-identification.