O estudo teve como objetivo estimar as desigualdades sociais e raciais na autoavaliação da saúde bucal em adultos de um estudo de coorte de nascimentos no Brasil. O estudo atual faz parte do estudo de coorte de nascimentos de 1982 de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Os dados foram coletados sobre as condições de saúde bucal aos 31 anos (Estudo de Saúde Bucal). A variável de desfecho era a autoavaliação da saúde bucal, dicotomizada em positiva (boa/muito boa) vs. negativa (regular/ruim/muito ruim). As análises foram estratificadas por sexo, grupo étnico-racial, escolaridade e renda. Para a análise estatística, foram utilizados o índice de desigualdade absoluta (SII) e o índice de concentração (CIX). A prevalência de autoavaliação da saúde bucal negativa foi 36,1%. Foram observadas desigualdades na autoavaliação da saúde bucal, em termos tanto absolutos quanto relativos. Foram observados SII de -30,0 (IC95%: -43,6; -16,4) para renda e -27,7 (IC95%: -41,9; -13,4) para escolaridade. Renda individual e escolaridade tiveram CIX negativos (CIXrenda -14,6 [IC95%: -21,2; -8,0] e CIXescolaridade -14,1 [IC95%: -20,7; -7,5]). Além disso, a prevalência de autoavaliação da saúde bucal negativa em indivíduos pretos, pardos e indígenas nas faixas de renda e escolaridade mais altas era comparável à prevalência desse desfecho entre indivíduos brancos pertencentes ao menor nível de renda e escolaridade. Os resultados desse estudo revelam disparidades raciais na saúde bucal, independente de renda e escolaridade. Além disso, foi identificada maior concentração de autoavaliação da saúde bucal negativa entre indivíduos com maior vulnerabilidade socioeconômica. Os achados reforçam a presença de desigualdades raciais e socioeconômica na saúde bucal no Brasil.

This study aimed to estimate social and racial inequalities in self-rated oral health in adults from the Brazilian birth cohort study. This study belongs to 1982 Pelotas (Brazil) birth cohort study. Data from this study was collected for oral health conditions 31 years old (Oral Health Study). The outcome was self-rated oral health, dichotomized into positive (good/very good) and negative (regular/bad/very bad). Analyses were stratified by gender, racial/skin color groups, schooling level and income. For statistical analysis, the slope index of inequality (SII) and the concentration index (CIX) were used. The prevalence of negative self-rated oral health was 36.1%. Social inequalities were observed in self-rated oral health in both absolute and relative terms. A SII of -30.0 (95%CI: -43.6; -16.4) was observed for income, and -27.7 (95%CI: -41.9; -13.4) for schooling level. Both the individuals’ income and the schooling level had negative CIX (CIXincome -14.6 [95%CI: -21.2; -8.0] and CIXschooling level -14.1 [95%CI: -20.7; -7.5]). Furthermore, the prevalence of negative self-rated oral health in black/brown/indigenous individuals from the highest income/schooling level was comparable to prevalence of the outcome in the white individuals belonging to the lowest income/schooling levels. This study results demonstrate racial disparities in oral health regardless of income and schooling levels. Furthermore, a higher concentration of negative self-rated oral health was identified among the most socioeconomically vulnerable individuals. Our findings reinforce the presence of racial and socioeconomic inequalities in oral health.

El objetivo fue estimar las inequidades sociales y raciales en la salud oral autoinformada de adultos, mediante el estudio de una cohorte de nacimientos en Brasil. Este trabajo pertenece al estudio de la cohorte de nacimientos de 1982 en Pelotas (Rio Grande do Sul, Brasil). Los datos que se recogieron en este estudio estaban relacionados con las condiciones de salud oral durante 31 años (Estudio de Salud Oral). El resultado fue la salud oral autoinformada, dicotomizada en positiva (buena/muy buena) y negativa (regular/mala/muy mala). Los análisis se estratificaron por sexo, grupos raciales/étnicos, nivel educacional e ingresos. Para el análisis estadístico se usaron el índice de inequidad absoluto (SII) y el índice de concentración (CIX). La prevalencia de salud oral autoinformada negativa fue 36,1%. Se observaron inequidades sociales en salud oral autoinformada tanto en términos absolutos como relativos. Se observó un SII de -30,0 (IC95%: -43,6; -16,4) en ingresos, y de -27,7 (IC95%: -41,9; -13,4) en la escolaridad alcanzada. Tanto los ingresos individuales, como la escolaridad alcanzada, tuvieron un CIX negativo (ingreso CIX -14,6 [IC95%: -21,2; -8,0] y un nivel CIXeducacional -14,1 [IC95%: -20,7; -7,5]). Asimismo, la prevalencia de una salud oral autoinformada negativa en individuos negros/mestizos/indígenas del nivel más alto de ingresos/educación fue comparable a la prevalencia del resultado en los individuos blancos que pertenecen a los niveles más bajos de ingresos/educacionales. Los resultados de este estudio demuestran disparidades raciales en la salud oral, independientemente de los ingresos y educación. Además, se identificó una concentración más alta de salud oral autoinformada negativa entre los individuos más vulnerables socioeconómicamente. Estos hallazgos refuerzan la presencia de inequidades raciales y socioeconómicas en la salud oral.

O estudo teve como objetivo estimar as desigualdades sociais e raciais na autoavaliação da saúde bucal em adultos de um estudo de coorte de nascimentos no Brasil. O estudo atual faz parte do estudo de coorte de nascimentos de 1982 de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Os dados foram coletados sobre as condições de saúde bucal aos 31 anos (Estudo de Saúde Bucal). A variável de desfecho era a autoavaliação da saúde bucal, dicotomizada em positiva (boa/muito boa) vs. negativa (regular/ruim/muito ruim). As análises foram estratificadas por sexo, grupo étnico-racial, escolaridade e renda. Para a análise estatística, foram utilizados o índice de desigualdade absoluta (SII) e o índice de concentração (CIX). A prevalência de autoavaliação da saúde bucal negativa foi 36,1%. Foram observadas desigualdades na autoavaliação da saúde bucal, em termos tanto absolutos quanto relativos. Foram observados SII de -30,0 (IC95%: -43,6; -16,4) para renda e -27,7 (IC95%: -41,9; -13,4) para escolaridade. Renda individual e escolaridade tiveram CIX negativos (CIXrenda -14,6 [IC95%: -21,2; -8,0] e CIXescolaridade -14,1 [IC95%: -20,7; -7,5]). Além disso, a prevalência de autoavaliação da saúde bucal negativa em indivíduos pretos, pardos e indígenas nas faixas de renda e escolaridade mais altas era comparável à prevalência desse desfecho entre indivíduos brancos pertencentes ao menor nível de renda e escolaridade. Os resultados desse estudo revelam disparidades raciais na saúde bucal, independente de renda e escolaridade. Além disso, foi identificada maior concentração de autoavaliação da saúde bucal negativa entre indivíduos com maior vulnerabilidade socioeconômica. Os achados reforçam a presença de desigualdades raciais e socioeconômica na saúde bucal no Brasil.

This study aimed to estimate social and racial inequalities in self-rated oral health in adults from the Brazilian birth cohort study. This study belongs to 1982 Pelotas (Brazil) birth cohort study. Data from this study was collected for oral health conditions 31 years old (Oral Health Study). The outcome was self-rated oral health, dichotomized into positive (good/very good) and negative (regular/bad/very bad). Analyses were stratified by gender, racial/skin color groups, schooling level and income. For statistical analysis, the slope index of inequality (SII) and the concentration index (CIX) were used. The prevalence of negative self-rated oral health was 36.1%. Social inequalities were observed in self-rated oral health in both absolute and relative terms. A SII of -30.0 (95%CI: -43.6; -16.4) was observed for income, and -27.7 (95%CI: -41.9; -13.4) for schooling level. Both the individuals’ income and the schooling level had negative CIX (CIXincome -14.6 [95%CI: -21.2; -8.0] and CIXschooling level -14.1 [95%CI: -20.7; -7.5]). Furthermore, the prevalence of negative self-rated oral health in black/brown/indigenous individuals from the highest income/schooling level was comparable to prevalence of the outcome in the white individuals belonging to the lowest income/schooling levels. This study results demonstrate racial disparities in oral health regardless of income and schooling levels. Furthermore, a higher concentration of negative self-rated oral health was identified among the most socioeconomically vulnerable individuals. Our findings reinforce the presence of racial and socioeconomic inequalities in oral health.

El objetivo fue estimar las inequidades sociales y raciales en la salud oral autoinformada de adultos, mediante el estudio de una cohorte de nacimientos en Brasil. Este trabajo pertenece al estudio de la cohorte de nacimientos de 1982 en Pelotas (Rio Grande do Sul, Brasil). Los datos que se recogieron en este estudio estaban relacionados con las condiciones de salud oral durante 31 años (Estudio de Salud Oral). El resultado fue la salud oral autoinformada, dicotomizada en positiva (buena/muy buena) y negativa (regular/mala/muy mala). Los análisis se estratificaron por sexo, grupos raciales/étnicos, nivel educacional e ingresos. Para el análisis estadístico se usaron el índice de inequidad absoluto (SII) y el índice de concentración (CIX). La prevalencia de salud oral autoinformada negativa fue 36,1%. Se observaron inequidades sociales en salud oral autoinformada tanto en términos absolutos como relativos. Se observó un SII de -30,0 (IC95%: -43,6; -16,4) en ingresos, y de -27,7 (IC95%: -41,9; -13,4) en la escolaridad alcanzada. Tanto los ingresos individuales, como la escolaridad alcanzada, tuvieron un CIX negativo (ingreso CIX -14,6 [IC95%: -21,2; -8,0] y un nivel CIXeducacional -14,1 [IC95%: -20,7; -7,5]). Asimismo, la prevalencia de una salud oral autoinformada negativa en individuos negros/mestizos/indígenas del nivel más alto de ingresos/educación fue comparable a la prevalencia del resultado en los individuos blancos que pertenecen a los niveles más bajos de ingresos/educacionales. Los resultados de este estudio demuestran disparidades raciales en la salud oral, independientemente de los ingresos y educación. Además, se identificó una concentración más alta de salud oral autoinformada negativa entre los individuos más vulnerables socioeconómicamente. Estos hallazgos refuerzan la presencia de inequidades raciales y socioeconómicas en la salud oral.

ABSTRACT Objective: To evaluate and discuss the prevention and management of dental trauma in primary teeth during the COVID-19 pandemic. Material and Methods: Critic literature review, searching electronic databases and Google for articles and guidelines published in English that described prevention and management of dental trauma in primary dentition during the pandemic of COVID-19. Results: 5 publications regarding management and 1 leaflet about prevention for parents were identified. Urgent care is required when the child presents tooth fracture resulting in pain or causing soft tissue trauma and luxation affecting bite. Avulsed teeth should not be replanted and advice and self-help may be sufficient in some situations. Instructions about soft diet and hygiene must be provided. Remote consults are recommended for non-urgent situations and during follow-up to evaluate the presence of sequelae. Aerosol generating procedures should be avoided and, in cases of poor prognosis, extraction is recommended to prevent recurring visits to the dental office. Conclusion: During COVID-19 pandemic, remote consults should be recommended to evaluate traumatic dental injuries in primary dentition. Follow-up should not be neglected and may be performed through remote consultation.

RESUMO OBJETIVO Verificar a prevalência e os fatores associados ao uso regular de serviços odontológicos em acadêmicos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). MÉTODOS Este estudo transversal entrevistou 1.865 estudantes de 18 anos ou mais de idade, ingressantes em 2017, matriculados no segundo semestre letivo de 2017 e no primeiro de 2018 em cursos presenciais da UFPel. Consideraram-se usuários regulares os indivíduos que relataram ir regularmente ao dentista com ou sem problemas dentários percebidos. A fim de testar fatores associados ao uso regular de serviços odontológicos, foram coletadas variáveis demográficas, socioeconômicas e de saúde bucal. As análises estatísticas foram baseadas em modelos de regressão de Poisson. RESULTADOS A prevalência de uso regular de serviços odontológicos foi de 45,0% (IC95% 42,7–47,3). Os universitários de classe econômica elevada (RP = 1,47; IC95% 0,91–2,36), com última consulta odontológica particular (RP = 1,29; IC95% 1,03–1,61), autopercepção positiva da saúde bucal (RP = 2,33; IC95% 1,79–3,03) e sem relato de dor de dente nos últimos seis meses (RP = 1,22; IC95% 1,03–1,45) apresentaram maiores prevalências de uso regular dos serviços odontológicos. CONCLUSÃO Os resultados apontam para desigualdades no uso regular dos serviços odontológicos relacionadas a fatores socioeconômicos e um menor uso entre os universitários com piores condições de saúde bucal. Esses resultados sugerem que políticas públicas de prevenção e promoção em saúde em instituições de ensino superior devem ser realizadas para garantir qualidade de vida entre esses jovens.

ABSTRACT OBJECTIVE To verify the prevalence and factors associated with regular use of dental services in university students of the Universidade Federal de Pelotas (UFPel). METHODS This cross-sectional study interviewed 1,865 students aged 18 years or older, starting bachelor’s degrees in 2017, enrolled in the second academic semester of 2017 and in the first of 2018 in classroom courses at UFPel. We considered regular users those who reported regularly going to the dentist with or without perceived dental problems. To test factors associated with regular use of dental services, demographic, socioeconomic and oral health variables were collected. Statistical analyses were based on Poisson regression models. RESULTS The prevalence of regular use of dental services was 45.0% (95%CI 42.7–47.3). University students of high economic class (PR = 1.47; 95%CI 0.91–2.36), with last private dental appointment (PR = 1.29; 95%CI 1.03–1.61), positive self-perception of oral health (PR = 2.33; 95%CI 1.79–3.03) and no report of toothache in the last six months (PR = 1.22; 95%CI 1.03–1.45) showed higher prevalence of regular use of dental services. CONCLUSION The results point to inequalities in the regular use of dental services related to socioeconomic factors and a lower use among university students with worse oral health conditions. These results suggest that public health prevention and promotion policies in higher education institutions must be carried out to ensure quality of life among these young adults.

RESUMO OBJETIVO Verificar a prevalência e os fatores associados ao uso regular de serviços odontológicos em acadêmicos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). MÉTODOS Este estudo transversal entrevistou 1.865 estudantes de 18 anos ou mais de idade, ingressantes em 2017, matriculados no segundo semestre letivo de 2017 e no primeiro de 2018 em cursos presenciais da UFPel. Consideraram-se usuários regulares os indivíduos que relataram ir regularmente ao dentista com ou sem problemas dentários percebidos. A fim de testar fatores associados ao uso regular de serviços odontológicos, foram coletadas variáveis demográficas, socioeconômicas e de saúde bucal. As análises estatísticas foram baseadas em modelos de regressão de Poisson. RESULTADOS A prevalência de uso regular de serviços odontológicos foi de 45,0% (IC95% 42,7–47,3). Os universitários de classe econômica elevada (RP = 1,47; IC95% 0,91–2,36), com última consulta odontológica particular (RP = 1,29; IC95% 1,03–1,61), autopercepção positiva da saúde bucal (RP = 2,33; IC95% 1,79–3,03) e sem relato de dor de dente nos últimos seis meses (RP = 1,22; IC95% 1,03–1,45) apresentaram maiores prevalências de uso regular dos serviços odontológicos. CONCLUSÃO Os resultados apontam para desigualdades no uso regular dos serviços odontológicos relacionadas a fatores socioeconômicos e um menor uso entre os universitários com piores condições de saúde bucal. Esses resultados sugerem que políticas públicas de prevenção e promoção em saúde em instituições de ensino superior devem ser realizadas para garantir qualidade de vida entre esses jovens.

ABSTRACT OBJECTIVE To verify the prevalence and factors associated with regular use of dental services in university students of the Universidade Federal de Pelotas (UFPel). METHODS This cross-sectional study interviewed 1,865 students aged 18 years or older, starting bachelor’s degrees in 2017, enrolled in the second academic semester of 2017 and in the first of 2018 in classroom courses at UFPel. We considered regular users those who reported regularly going to the dentist with or without perceived dental problems. To test factors associated with regular use of dental services, demographic, socioeconomic and oral health variables were collected. Statistical analyses were based on Poisson regression models. RESULTS The prevalence of regular use of dental services was 45.0% (95%CI 42.7–47.3). University students of high economic class (PR = 1.47; 95%CI 0.91–2.36), with last private dental appointment (PR = 1.29; 95%CI 1.03–1.61), positive self-perception of oral health (PR = 2.33; 95%CI 1.79–3.03) and no report of toothache in the last six months (PR = 1.22; 95%CI 1.03–1.45) showed higher prevalence of regular use of dental services. CONCLUSION The results point to inequalities in the regular use of dental services related to socioeconomic factors and a lower use among university students with worse oral health conditions. These results suggest that public health prevention and promotion policies in higher education institutions must be carried out to ensure quality of life among these young adults.

Abstract The present study aimed at understanding the relationship between periodontitis and socio-contextual and individual determinants of health. Data from “The First Uruguayan Oral Health Survey, 2011”, which included 223 and 455 individuals with 35–44 and 65–74 years old respectively, were used. A stratified, multistage cluster sampling design was adopted (cities with ≥ 20.000 residents). Periodontitis was assessed using the modified Community Periodontal Index (CPI) and clinical attachment loss (CAL) (periodontal pocket and CAL ≥ 4 mm). Independent variables included contextual socioeconomic status (SES) measured by proportion of houses with Unsatisfied Basic Needs (UBN) and individual demographic and behavioral factors. Logistic regression multilevel models were generated. Living in contexts with a higher UBN was associated with higher odds for periodontitis in both age groups, even when adjusting for individual level variables (odds ratio [OR] = 1.51, 95%CI = 1.42–1.60 and 1.31, 95%CI = 1.21–1.42, respectively). Being male or heavy smoker increased the odds of periodontitis in this population for both age groups. Social structure impacts periodontal disease by modifying individual socioeconomic situations: in better socioeconomic context, UBN acts increasing the protector role of socioeconomic situation but in a poverty context the role is attenuated. Conclusions for this study are that periodontitis varies across contextual socio-demographic groups being higher in the population with a lower SES, challenging health authorities to integrate oral health into national non-communicable diseases programs.

Resumo O ojetivo desse estudo foi ostimar o impacto da maloclusão na qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) de escolares de 8 a 12 anos de idade em Pelotas/ RS. Seleção amostral foi realizada através da técnica de conglomerado em duplo estágio, selecionando 1.199 crianças de 20 escolas públicas e privadas em Pelotas/Brasil. A coleta de dados foi realizada com uma abordagem transversal e consistiu em um questionário socioeconômico aos pais, entrevista com as crianças e exame clínico de saúde bucal. As variáveis clínicas foram obtidas através do exame clínico, e o Child Perceptions Questionnaire (CPQ) foi respondido através da entrevista com a criança. Para mensurar maloclusão e necessidade de tratamento ortodôntico, o Índice de Estética Dental foi usado. Para análise dos dados foram utilizados modelos de regressão de Poisson multivariados, a fim de estimar as razões de taxa e seus intervalos de confiança (95%). De 1.206 participantes, 789 tinham entre 8 e 10 anos de idade e 417 entre 11 e 12 anos. A necessidade de tratamento ortodôntico foi maior entre crianças mais jovens (44.6%) do que em mais velhas (35.0%) (p ≤0.05). Uma associação estatisticamente significante foi observada entre os domínios social e emocional do CPQ e a maloclusão em crianças mais velhas. Na análise ajustada (para variáveis socioeconômicas e clínicas), o efeito de maloclusão muito severa na QVRSB foi confirmado nos grupos etários de 8 a 10 e 11 a 12 (RR (IC95%) de 1,24(1,02;1,51) e 1,28(1,01;1,62), respectivamente . Os achados demostraram que crianças com maloclusão muito severa experienciaram maior impacto negativo na QVRSB comparadas com aquelas sem maloclusão ou com maloclusão leve. Os resultados sugerem que a maloclusão impacta na qualidade de vida. Um maior impacto acontece nos domínios de bem estar social e emocional.

Abstract The aim of this study was to estimate the impact of malocclusion on the oral health-related quality of life (OHRQoL) of schoolchildren aged 8-12 years old in Southern Brazil. A two-stage cluster procedure was used to select 1,199 children in 20 public and private schools in Pelotas/Brazil. Cross-sectional data was collected, consisting of a socioeconomic questionnaire to parents, children’s interview and clinical oral examination. The clinical variables were obtained from clinical examination, and the Child Perceptions Questionnaire (CPQ) was assessed during children’s interview. To measure malocclusion and orthodontic treatment need the Dental Aesthetic Index was used. For data analysis multiple Poisson regression models estimating the rate ratios (RR) and their respective confidence intervals (95%CI) were used. Among 1,206 participants, 789 were aged 8-10 years and 417 between 11-12 years. The orthodontic treatment need was higher among the younger children (44.6%) than in the older ones (35.0%) (p value ≤0.05). There was a significant association in the CPQ social and emotional domains with malocclusion in the older schoolchildren. In the adjusted analysis (for socioeconomics and clinical variables) the effect of very severe malocclusion on OHRQoL was confirmed in both 8-10 and 11-12 age groups (RR(95%CI) of 1.24(1.02;1.51) and 1.28(1.01;1.62), respectively). The findings demonstrated that children with very severe malocclusion experienced greater negative impact on OHRQoL compared to those with mild or no malocclusion. The results suggest that malocclusion impacts the quality of life. The higher impact occurs in the social and emotional well-being domains.

OBJECTIVES: The aims of this study were to verify the occurrence of dental injuries in professional Brazilian soccer players, the level of knowledge of the teams' medical departments about mouthguards, and the conducts adopted in cases of dental trauma during the match. MATERIAL AND METHODS: Closed questionnaires were sent to the physicians in charge of the medical departments of the 40 teams enrolled in the first and second divisions of the Brazilian professional soccer league in 2007. The data obtained were subjected to descriptive analysis to determine absolute and relative frequencies of answers for each one of the questions. RESULTS: Physicians from 38 (95%) of the 40 teams in the first and second divisions answered the questionnaires and 71.1% reported the occurrence of some type of dental injury during soccer practice, dental fractures (74.1%) and avulsions (59.3%) being the most prevalent ones. Regarding emergency conducts, approximately 50% answered that a successful replantation could be obtained in periods from 6 to 24 h after injury, and 27.8% were not able to answer this question. Regarding mouthguard use, 48.6% of the physicians did not know about mouthguards, and only 21.6% usually recommended their use by the soccer players. Among the physicians who do not recommend the use of mouthguards, 50% justified that it was not necessary. Almost 50% of the medical departments do not have a dentist as part of the health professional staff. CONCLUSIONS: It was possible to conclude that dental injuries are common during professional soccer practice and that there is a lack of information in the medical departments related to the emergency conducts and prevention of dental trauma.