OBJETIVO: Identificar os fatores associados à autopercepção da saúde bucal entre idosos brasileiros. MÉTODOS: Utilizaram-se dados do Projeto SB Brasil, realizado em 20022003. Foi examinada e entrevistada amostra probabilística de 5.349 idosos de 65 a 74 anos agrupados em dentados e edentados. A variável dependente foi autopercepção da condição de saúde bucal e as independentes foram: local de moradia, características individuais, comportamentos relacionados à saúde, condições objetivas de saúde e condições subjetivas relacionadas à saúde. Foram conduzidas análises descritivas e análises de regressão linear múltipla hierárquica. RESULTADOS: Nos dois grupos a autopercepção da saúde bucal foi considerada positiva, apesar das precárias condições de saúde bucal entre os idosos. No modelo final, o local de moradia e as características individuais pouco contribuíram para explicar a variabilidade da autopercepção. Entre dentados, o uso de serviços odontológicos esteve associado ao desfecho, e as condições objetivas e subjetivas se mostraram associadas nos dois grupos. Entre dentados e edentados, o R² para o ambiente externo foi de 0,00; com o acréscimo das características individuais, respectivamente, 0,05 e 0,02; incluindo o comportamento relacionado à saúde, 0,06 e 0,03; acrescentando as condições objetivas de saúde, 0,11 e 0,04; adicionando as condições subjetivas relacionadas à saúde foram 0,50 e 0,43. Foi possível explicar 50% da variabilidade da autopercepção entre dentados e 43% entre edentados. CONCLUSÕES: Os principais fatores associados à autopercepção da saúde bucal como positiva nos dois grupos foram a autopercepção da aparência como ótima seguida pela autopercepção da mastigação como positiva. O terceiro fator associado, entre dentados, foi o relato de nenhuma necessidade de tratamento odontológico e, entre edentados, a autopercepção da fala.
OBJECTIVE: To identify factors associated with self-perceived oral health among Brazilian elderly individuals. METHODS: Data from the Projeto SB Brasil (Brazilian Oral Health Project), conducted in 2002-2003, were used. A probabilistic sample of 5,349 elderly individuals, aged between 65 and 74 years, was analyzed, interviewed and subsequently grouped into dentate and edentate individuals. The dependent variable was self-perceived oral health condition, while independent variables were as follows: place of residence, individual characteristics, health-related behavior, objective health conditions and subjective health conditions. Descriptive and hierarchical multiple linear regression analyses were performed. RESULTS: In both groups, self-perceived oral health was considered positive, despite the poor oral health conditions found among the elderly. In the final model, place of residence and individual characteristics contributed little to explain the variability of self-perception. The use of dental services was associated with the outcome in dentate individuals, while objective and subjective conditions were associated in both groups. Among dentate and edentate individuals, R² for the external environment was 0.00; with the inclusion of individual characteristics, 0.05 and 0.02, respectively; with the inclusion of health-related behavior, 0.06 and 0.03, respectively; with the inclusion of objective health conditions, 0.11 and 0.04 respectively; and with the inclusion of subjective health conditions, 0.50 and 0.43, respectively. It was possible to explain 50% of the variability of self-perception in dentate individuals, and 43% in edentate ones. CONCLUSIONS: The main factors associated with self-perceived oral health in both groups were excellent self-perceived appearance, followed by positive self-perceived mastication. The third associated factor was reporting no need for dental treatment in dentate individuals, and self-perceived speech in edentate ones.
OBJETIVO: Identificar los factores asociados a la autopercepción de la salud bucal entre ancianos brasileños. MÉTODOS: Se utilizaron datos del Proyecto SB Brasil, realizado en 2002-2003. Fue examinada y entrevistada muestra probabilística de 5.349 ancianos de 65 a 74 años agrupados en dentados y edentados. La variable dependiente fue autopercepción de la condición de salud bucal y las independientes fueron: lugar de residencia, características individuales, comportamientos relacionados con la salud, condiciones objetivas de salud y condiciones subjetivas relacionadas con la salud. Fueron conducidas análisis descriptivos y análisis de regresión linear múltiple jerárquica. RESULTADOS: En los dos grupos la autopercepción de la salud fue considerada positiva, a pesar de precarias condiciones de salud bucal entre los ancianos. En el modelo final, el lugar de residencia y las características individuales poco contribuyeron para explicar la variabilidad de la autopercepción. Entre dentados, el uso de servicios odontológicos estuvieron asociados al resultado y las condiciones objetivas y subjetivas se muestran asociadas en los dos grupos. Entre dentados y edentados, el R2 para el ambiente externo, fue de 0,00; adicionando las características individuales, respectivamente, 0,05 y 0,02; incluyendo el comportamiento relacionado con la salud, 0,06 y 0,03; considerando además las condiciones objetivas de salud, 0,11 y 0,04; adicionando las condiciones subjetivas relacionadas con la salud fueron 0,50 y 0,43. Fue posible explicar 50% de la variabilidad de la autopercepción, entre dentados y 43% entre edentados. CONCLUSIONES: Los factores asociados a la autopercepción de la salud bucal en los dos grupos fueron la autopercepción de la apariencia como óptima seguida por la autopercepción de la masticación positiva. El tercer factor asociado, entre dentados, fue el relato de ninguna necesidad de tratamiento odontológico y entre edentados la autopercepción del habla.