Resumo Objetivos: identificar a prevalência e os fatores associados a intervenções obstétricas em parturientes atendidas em maternidades públicas. Métodos: estudo transversal, com 344 puérperas, de duas maternidades públicas, referência ao parto pelo Sistema Único de Saúde no município de Londrina, Paraná, Brasil, entre janeiro e junho de 2017. Constituíram fonte de dados os prontuários hospitalares. As seguintes intervenções obstétricas foram consideradas: uso de ocitocina, rotura artificial das membranas, parto instrumental e realização de episiotomia. Para análise dos fatores associados utilizou-se a regressão multivariada de Poisson, sendo significativo p<5%. Resultados: a prevalência de intervenção obstétrica foi de 55,5%, o número máximo de intervenções em uma mesma parturiente foi três. As intervenções mais frequentes foram o uso de ocitocina (50,0%) e a rotura artificial das membranas (29,7%). As variáveis doença materna associada (p=0,005) e mecônio intraparto (p=0,022) aumentaram, de maneira independente, o risco de intervenção obstétrica, enquanto que a dilatação igual ou superior a 5 cm na internação constituiu fator de proteção a esse desfecho (p= 0,030). Conclusão: a prevalência de intervenções obstétricas foi elevada. Na vigência de doença materna e de mecônio intraparto, especial atenção deve ser dedicada à parturiente, para que sejam evitadas intervenções desnecessárias, assim as maternidades precisam rever seus protocolos, buscando as boas práticas de atenção ao parto.
Abstract Objectives: to identify the prevalence and factors associated with obstetric interventions in parturients assisted in public maternity hospitals. Methods: a cross-sectional study with 344 puerperal women, from two public maternity hospitals, referring to childbirth by Sistema Único de Saúde (SUS) (Public Health Service System) in Londrina City, Paraná, Brazil, between January and June 2017. The medical records were the data source. The following obstetric interventions were considered: oxytocin use, artificial rupture of the membranes, instrumental childbirth and episiotomy. Multivariate Poisson regression was used to analyze associated factors, with p<5% being significant. Results: the prevalence of obstetric intervention was 55.5%, the maximum number of interventions in the same parturient woman was three. The most frequent interventions were the use of oxytocin (50.0%) and artificial rupture of membranes (29.7%). The variables associated on maternal disease (p=0.005) and intrapartum meconium (p=0.022) independently increased, the risk of obstetric intervention, while dilation was equal to or greater than 5 cm at admission, there was a protective factor against this outcome (p=0.030). Conclusion: the prevalence of obstetric interventions was high. In the case of maternal disease and intrapartum meconium, special attention should be given to the parturient woman, in order to avoid unnecessary interventions. Thus, the maternity hospitals need to review their protocols, seeking good practices in childbirth care.