As pesquisas relativas a agressões por animais baseiam-se em dados de registros de pacientes atendidos nos serviços de vigilância epidemiológica da raiva. Analisaram-se as características de animais agressores, obtidas a partir de dados de 10.616 fichas de envio de amostras para diagnóstico da raiva na região noroeste do Estado de São Paulo, Brasil, entre 1993-2007. Desse total de fichas, 61,5% continham informações sobre agressão e, dentre os animais agressores (25%), a maioria foi de cães (67%), seguidos por gatos (21,8%) e quirópteros (8,1%). Em 92,1% dos relatos as vítimas eram pessoas e 82,3% dos animais eram domiciliados. A maioria dos cães agressores tinha até um ano de idade. Houve associação significante (p < 0,0001) entre agressividade e sexo, sendo os machos mais agressores do que as fêmeas. Dos animais positivos para raiva, 75,9% (183/241) eram agressores. Os dados obtidos são importantes para a instituição de programas de prevenção de mordeduras, baseados no perfil não só da vítima, mas também do animal agressor, além de permitirem estabelecer fatores de risco para ocorrência de agressões.
Epidemiological factors related to animal bites in humans and other animals were obtained from a database with 10,616 records of animal specimens sent for rabies diagnosis in northwest São Paulo State, Brazil, from 1993 to 2007. Of this total, 61.5% contained information on the bites, and among the biting animals (25%), the majority were dogs (67%), followed by cats (21.8%), and bats (8.1%). In 92.1% of the reports the victims were humans, and 82.3% of the animals were home pets. The majority of the biting dogs were less than a year old. There was a significant association (p < 0.0001) between aggressiveness and gender (with male animals more aggressive than females). Of the rabies-positive animals, 75.9% (183/241) were biters. The data are important for establishing bite prevention programs based on the profile of both victims and biting animals, besides identifying risk factors for animal bites.