Resumen: Este estudio tuvo como objetivo presentar una nueva propuesta para el cálculo de estimaciones de aborto inducido en Brasil por el método indirecto, a partir de ingresos hospitalarios por complicaciones del aborto, utilizando la metodología del Instituto Guttmacher. Se utilizaron datos del Sistema de Información Hospitalaria del Sistema Único de Salud (SIH/SUS) para identificar las internaciones por aborto con financiamiento público y de la Agencia Nacional de Salud Complementaria (ANS, por su sigla en portugués) para aquellas con financiamiento de la salud suplementaria. Se utilizaron factores de corrección para descontar las hospitalizaciones por abortos espontáneos por grupo de edad de la mujer y datos de la Encuesta Nacional de Aborto (PNA, por su sigla en portugués) 2016 para revisar el factor de corrección por complicaciones que no requirieron hospitalización, a partir de la simulación de escenarios con diferencias de parámetros en cobertura poblacional de los planes de salud y frecuencia de abortos inducidos en usuarias del SUS y salud suplementaria. Con esta nueva propuesta, se estimó para el 2015, una tasa total de abortos inducidos de 8,7 por 1.000 mujeres de 10-49 años, y 9,9 de las usuarias del SUS y 5,4 en usuarias de la salud suplementaria, y una ratio total de abortos inducidos de 18,5 por 100 nacidos vivos, con valores de 21,1 en usuarias del SUS y de 11,2 en usuarias del salud suplementaria. Esta nueva propuesta de cálculo avanza incorporando datos de hospitalización del salud suplementaria y un factor de corrección de complicaciones que no resultaron en hospitalización con base en datos empíricos de la PNA del 2016. Este factor se basa en datos actualmente disponibles y se espera que pueda mejorarse a medida que se produzcan nuevas evidencias, especialmente aquella que retrata las particularidades y especificidades de las diferentes regiones del país.
Abstract: This study aimed to present a new proposal for the calculation of estimates of induced abortion in Brazil using the indirect method, based on hospital admissions due to abortion complications applying the Guttmacher Institute methodology. Data from the Brazilian Hospital Information System of the Brazilian Unified National Health System (SIH/SUS, acronym in Portuguese) were used to identify hospital admissions due to abortion with public funding and from the Brazilian National Agency for Private Health Insurance and Plans (ANS, acronym in Portuguese) for admissions with supplementary health funding. Correction factors were used to exclude hospital admissions due to miscarriage by the woman’s age group, and data from the 2016 National Abortion Survey (PNA, acronym in Portuguese) were used to review the correction factor for complications that did not require hospitalization, based on the simulation of scenarios with different parameters of population coverage of healthcare plans and frequency of induced abortions in SUS and supplementary health patients. Using this new proposal, a total unsafe abortion rate of 8.7 per 1,000 women aged 10-49 was estimated for 2015, with 9.9 in SUS patients and 5,4 in supplementary health patients, and a total unsafe abortion ratio of 18.5 per 100 live births, with 21.1 in SUS patients and 11.2 in supplementary health patients. This new calculation proposal is an advance because it includes data about hospital admissions of supplementary health and a correction factor for complications that did not result in hospitalization using empirical data from the 2016 PNA. This factor is based on available data and is expected to be improved as new evidence is generated, especially evidence that reflects the specificities of the various regions of the country.
Resumo: Este estudo teve como objetivo apresentar a nova proposta de cálculo das estimativas de aborto induzido no Brasil por método indireto, baseada nas internações hospitalares por complicações de aborto, utilizando a metodologia do Instituto Guttmacher. Foram utilizados dados do Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) para identificações de internações por aborto com financiamento público e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para aquelas com financiamento pela saúde suplementar. Foram utilizados fatores de correção para descontar internações por abortos espontâneos por faixa etária da mulher e utilizados dados da Pesquisa Nacional de Aborto (PNA) de 2016 para revisão do fator de correção de complicações que não necessitaram de internações, a partir da simulação de cenários com parâmetros distintos de cobertura populacional de planos de saúde e frequência de abortos induzidos em usuárias do SUS e da saúde suplementar. Utilizando essa nova proposta, foi estimada, para 2015, uma taxa de aborto induzido total de 8,7 por 1.000 mulheres de 10-49 anos, sendo de 9,9 em usuárias do SUS e de 5,4 em usuárias da saúde suplementar, e uma razão de aborto induzido total de 18,5 por 100 nascidos vivos, com valores de 21,1 em usuárias do SUS e 11,2 em usuárias da saúde suplementar. Essa nova proposta de cálculo avança ao incorporar dados de internações da saúde suplementar e fator de correção para complicações que não resultaram em internação baseado em dados empíricos da PNA 2016. Esse fator se baseia nos dados atualmente disponíveis e espera-se que possa ser aprimorado à medida que novas evidências sejam produzidas, principalmente as que retratam as particularidades e especificidades das diversas regiões do país.