RESUMO Objetivo Este trabalho buscou caracterizar os pacientes atendidos no ambulatório geral do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB-UFRJ) e avaliar sua estabilidade clínica. Métodos Este estudo descritivo, transversal, coletou informações utilizando um questionário estruturado preenchido pelo médico assistente. O questionário, especificamente desenvolvido para esse propósito, continha dados sociodemográficos, área de moradia, diagnóstico psiquiátrico de acordo com a CID-10, avaliação da estabilidade clínica por meio de cinco critérios de instabilidade psiquiátrica e a impressão clínica global do médico, nos últimos seis meses. A estabilidade clínica foi definida como uma resposta negativa a todos os cinco critérios de instabilidade predefinidos. Resultados No total, 1.447 questionários foram preenchidos. A amostra foi composta por 824 (57%) mulheres, com média de idade de 49 anos; 1.104 (76,3%) pacientes residentes na cidade do Rio de Janeiro e 343 (23,7%) residentes fora da cidade; 983 (67,9%) pacientes com diagnóstico de transtorno mental grave (TMG) e 946 (65,3%) pacientes foram considerados estáveis. Estatisticamente, a estabilidade clínica por área de moradia não apresentou diferenças. O critério de instabilidade mais frequente foi “recrudescimento ou o surgimento de manifestações agudas da doença”. Conclusão A maioria dos pacientes apresentava um TMG e foi considerada clinicamente estável.
ABSTRACT Objective This study aimed to characterize the patients assisted at the general outpatient clinic of the Psychiatry Institute of Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB-UFRJ) and to assess these patients’ clinical stability. Methods This cross-sectional study collected information using a structured questionnaire filled in by the patient’s physician. The questionnaire, specifically developed for this purpose, included sociodemographic data; the dwelling area; psychiatric diagnosis according to ICD-10; clinical stability assessment by means of five psychiatric instability criteria and the physician’s global clinical impression over the six previous months. Clinical stability was defined as a negative answer to all five pre-defined instability criteria. Results Overall, 1,447 questionnaires were filled in. The sample was composed of 824 (57%) women; with an average age of 49 years; 1,104 (76.3%) patients lived in the city of Rio de Janeiro and 343 (23.7%) lived outside the city; 983 (67.9%) patients had a severe mental disorder (SMD) diagnosis and 946 (65.3%) patients were considered stable. Statistically, the clinical stability by dwelling area did not differ. The most frequent clinical instability criterion was “exacerbation or emergence of acute manifestations of the disease”. Conclusion The major part of the patients displayed a SMD and was considered clinically stable.