Resumo O objetivo da revisão é apresentar o estado da arte da violência obstétrica no Brasil. Os termos mais utilizados são “violência obstétrica”, “desrespeitos e abusos” e “maus-tratos”. Em relação à mensuração, o instrumento mais utilizado é baseado na definição de “Maus-Tratos”, ainda em fase inicial de avaliações e sem adaptação para o Brasil. A prevalência da violência obstétrica varia nos estudos nacionais devido a fatores metodológicos e tipo de puérpera. Em relação aos fatores de risco, mulheres adolescentes ou com mais de 35 anos, negras, com baixa escolaridade, usuárias do SUS, com parto vaginal ou aborto estão sob risco. Relações hierárquicas entre equipe de saúde e família também são relevantes, assim como estruturas hospitalares inadequadas, falta de leitos, profissionais de saúde insuficientes, contribuem para a violência obstétrica. As consequências da violência obstétrica são: risco aumentado de depressão e TEPT, menor probabilidade de realizar consultas pós-parto e puericultura e dificuldades para amamentar. Intervenções para mitigar a violência obstétrica devem ser empreendidas considerando o empoderamento das mulheres, a capacitação dos profissionais de saúde, a vigilância da violência obstétrica e o amparo legal. Brasil obstétrica, , obstétrica” desrespeitos abusos maustratos. maustratos maus tratos . “maus-tratos” mensuração MausTratos, MausTratos Maus Tratos “Maus-Tratos” puérpera 3 anos negras escolaridade SUS relevantes inadequadas leitos insuficientes TEPT pósparto pós amamentar legal “maus-tratos “Maus-Tratos
Abstract The aim of this review is to present the state of the art regarding obstetric violence in Brazil. The most commonly used terms are “obstetric violence,” “disrespect and abuse,” and “mistreatment”. Concerning measurement, the most widely used instrument is based on the definition of “mistreatment,” still in its early stages of evaluation and lacking adaptation to Brazil. The prevalence of obstetric violence varies widely in national studies due to methodological factors and the type of postpartum women considered. Regarding risk factors, adolescent or women over 35, non-white, with low education levels, users of the public health system (SUS), those who had vaginal birth or abortion, are at higher risk. Hierarchical relationships between the healthcare team and the family are also relevant, as well as inadequate hospital structures, bed shortages, and insufficient healthcare professionals, which contribute to obstetric violence. The consequences of this violence include an increased risk of postpartum depression and PTSD, reduced likelihood of attending postpartum and childcare consultations, and difficulties in exclusive breastfeeding. Interventions to mitigate obstetric violence should consider women’s empowerment, healthcare professionals’ training, monitoring obstetric violence, and legal support. Brazil disrespect abuse, abuse mistreatment. mistreatment . “mistreatment” measurement mistreatment, “mistreatment, considered 35 nonwhite, nonwhite non white, white non-white levels SUS, SUS , (SUS) abortion relevant structures shortages professionals PTSD consultations breastfeeding womens s empowerment training support “mistreatment 3 (SUS