Resumo: Evidências crescentes demonstram que o consumo de alimentos ultraprocessados pode aumentar a exposição a substâncias químicas utilizadas na produção e embalagem desses alimentos, como os compostos per- e polifluoroalquil, ftalatos e bisfenóis. Os estudos sugerem que esses contaminantes podem ser transferidos da mãe para o feto pela via transplacentária, o que aumenta as preocupações em relação à saúde tanto materna quanto infantil. O estudo buscou investigar a associação entre o consumo materno de alimentos ultraprocessados e a exposição intrauterina aos compostos perfluoroalquil (PFAS) no Projeto PIPA Rio - Projeto Infância e Poluentes Ambientais. Foi avaliada a coorte-piloto com 131 pares gestante-feto em uma maternidade-escola pública no Rio de Janeiro. A ingestão materna no terceiro trimestre da gestação foi avaliada com um questionário qualitativo de frequência alimentar. Os itens alimentares foram classificados entre não ultraprocessados e ultraprocessados, usando o sistema NOVA, e foi estimado o consumo regular de ultraprocessados. Os PFAS foram medidos no sangue do cordão umbilical. Os recém-nascidos de mães que haviam consumido três ou mais subgrupos de ultraprocessados por semana apresentaram os níveis séricos mais elevados de PFAS (2,47ng/mL; IC95%: 1,22; 3,72), comparado com nenhum consumo dos subgrupos de alimentos ultraprocessados (0 alimento ultraprocessado = 1,86ng/mL; IC95%: 1,38; 2,50). Além disso, a análise de clusters agrupou ultraprocessados, peixe e níveis de PFAS. Em conclusão, o estudo mostrou níveis elevados de PFAS em neonatos de gestantes com maior consumo de alimentos ultraprocessados.
Abstract: Evolving evidence shows that ultra-processed food consumption may increase exposure to chemicals used in food packaging and production, such as per- and poly-fluoroalkyl substances, phthalates, and bisphenols. Studies suggested that these contaminants may be transferred from mother to child through placenta, increasing concerns for both maternal and child health. This study aimed to investigate the association of maternal consumption of ultra-processed foods with newborn exposure to perfluoroalkyl substances (PFAS) in the PIPA Project (The Rio Birth Cohort Study on Environmental Exposure and Childhood Development). The pilot cohort study conducted with 131 pregnant women-child pairs in a public maternity school in Rio de Janeiro, Brazil, was assessed. Maternal dietary intake in the third trimester of pregnancy was evaluated using a qualitative food frequency questionnaire. Food items were classified as non-ultra-processed food and ultra-processed food using the NOVA system and regular consumption of ultra-processed foods was estimated. Newborns of pregnant women who weekly consumed three or more subgroups of ultra-processed food presented the highest level of PFAS (2.47ng/mL; 95%CI: 1.22; 3.72), compared to non-consumption of ultra-processed food investigated (0 ultra-processed food = 1.86ng/mL; 95%CI: 1.38; 2.50). Additionally, cluster analysis grouped ultra-processed food, fish, and PFAS levels. In conclusion, we found increased levels of PFAS in newborns whose mothers were higher consumers of ultra-processed foods.
Resumen: Evidencias recientes han mostrado que el consumo de comida ultraprocesada puede incrementar la exposición a sustancias químicas usadas en el empaquetado de comida y producción, tales como las sustancias per- y poli- fluoroalquílicas, ftalatos, y bisfenoles. Los estudios han sugerido que estos contaminantes pueden transmitirse de la madre al niño, a través de la placenta, incrementando los problemas de salud de la madre y el niño. El objetivo de este estudio fue investigar la asociación del consumo materno de comidas ultraprocesadas con la exposición de los recién nacidos a las sustancias perfluoroalquílicas (PFAS) en el Proyecto PIPA (Estudio de Cohorte de Nacimiento en Río sobre la Exposición Ambiental y Desarrollo en la Infancia). El estudio de la cohorte piloto evaluó a parejas constituidas por 131 mujeres embarazadas y sus hijo/as en una escuela de maternidad pública en Río de Janeiro, Brasil. Se evaluó la ingesta alimentaria materna en el tercer trimestre de embarazo, usando un cuestionario de calidad de frecuencia de la comida. Los ítems alimentarios fueron clasificados como no-comida ultraprocesada y comida ultraprocesada usando el sistema NOVA y se estimó el consumo regular de comidas ultraprocesadas. Las PFAS se determinaron en la sangre del cordón umbilical. Los recién nacidos de mujeres embarazadas que consumieron tres o más subgrupos de comidas ultraprocesada semanalmente presentaron el nivel más alto de PFAS (2,47ng/mL; IC95%: 1,22; 3,72), comparado con ninguno consumo de comida ultraprocesada (0 comida ultraprocesada = 1,86ng/mL; IC95%: 1,38; 2,50). Asimismo, el análisis de conglomerados agrupó comida ultraprocesada, pescado y niveles de PFAS. En conclusión, se encontraron niveles elevados de PFAS en recién nacidos, cuyas madres eran grandes consumidoras de comidas ultraprocesadas.