Após alcançar estabilidade macroeconômica, ao mesmo tempo em que privatizava empresas estatais e consolidava outras reformas de primeira geração, o Estado brasileiro vem buscando equilibrar o orçamento fiscal por meio da promoção de uma série de reformas de segunda geração. O presente trabalho discute os processos políticos envolvidos numa das mais críticas dentre elas: a reforma do sistema previdenciário. Ao comparar as reformas de Fernando Henrique Cardoso e Lula, buscou-se entender como atores, preferências e estratégias moldaram as emendas finais aprovadas em 1998 e 2003, respectivamente. A conclusão é que as instituições foram essenciais para a caracterização dos vencedores (atuais servidores públicos) e perdedores (a população em geral e os futuros servidores).
After reaching macroeconomic stability while privatizing state companies and implementing other first generation reforms, Brazil has tried to balance its fiscal budget by promoting a series of second generation reforms. The present paper discusses the political processes involved in one of the most critical of these, i.e. the reform of the pension system. By comparing the pension reforms enacted under Fernando Henrique Cardoso and Luiz Inácio Lula da Silva, we try to understand how actors, preferences, and strategies shaped the final amendments approved in 1998 and 2003, respectively. We conclude that institutions have been crucial elements in the characterization of winners (present civil servants) and losers (the overall population and the future civil servants).
Après avoir atteint la stabilité macro-économique, tout en privatisant les entreprises publiques et en consolidant d'autres réformes de première génération, l'État brésilien cherche, depuis, à équilibrer son budget fiscal par la promotion d'une série de réformes de seconde génération. Ce travail aborde les processus politiques qui font partie de la plus critique d'entre elles: la réforme du système de sécurité sociale. En comparant les réformes de Fernando Henrique Cardoso et de Lula, nous avons cherché à comprendre comment les acteurs, les préférences et les stratégies ont façonné les changements constitutionnels approuvés, respectivement, en 1998 et en 2003. La conclusion est que les institutions ont été essentielles pour la caractérisation des gagnants (les fonctionnaires actuels) et les perdants (la population d'une façon générale et les futurs fonctionnaires).