Resumo Objetivos: realizar uma revisão sistemática de estudos que investigaram a influência do consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) na gestação nas medidas antropométricas do recém-nascido até um ano de idade. Métodos: foram pesquisados estudos de coorte e transversais nas bases BVS, Cinahl, Cochrane, Embase, Pubmed, Scopus e Web of Science até março de 2020, tendo como principais descritores: “Pregnant women”, “Ultra-processed foods”, “Birth weight”, “Small for Gestational Age”, “Infant”, “Newborn”. Resultados: dezessete artigos foram considerados elegíveis e avaliaram as associações entre as exposições: padrões alimentares ultraprocessados; refrigerantes, sugar-sweetened beverages ou artificially sweetened beverages; fastfood, junkfood, doces e snacks e os desfe-chos:peso ao nascer e suas classificações; comprimento e perímetro cefálico ao nascimento; adequações do peso ao nascer segundo idade gestacional; e índices peso/idade, compri-mento/idade, índice de massa corporal/idade e peso/comprimento. Foram encontradas: 36 associações nulas entre exposições e desfechos avaliados; 13 diretas (desfechos versus padrões alimentares ultraprocessados, refrigerantes, artificially sweetened beverages, doces e junkfood) e 5 inversas (desfechos versus padrões alimentares ultraprocessados e refrigerantes). Conclusões: a maioria da literatura avaliada não demonstrou influência do consumo de AUP na gestação nas medidas antropométricas do recém-nascido até um ano de vida e apontou um menor número de associações diretas e inversas entre as exposições e os desfechos analisados.
Abstract Objectives: to perform a systematic review of studies that investigated the influence of ultra-processed foods (UPF) consumption during pregnancy on child’s anthropometric parameters up to one year of life. Methods: cohort and cross-sectional studies were researched in BVS, Cinahl, Cochrane, Embase, Pubmed, Scopus and Web of Science databases until March 2020, and the main descriptors were: “Pregnant Women”, “Ultra-processed foods”, “Birth Weight”, “Smallfor Gestational Age”, “Infant”, “Newborn”. Results: seventeen articles were considered eligible and evaluated the associations between the exposures: ultra-processed dietary patterns; soft drinks, sugar-sweetened beverages, artificially sweetened beverages; fast food, junk food, sweets, snacks and the outcomes: birth weight and its classifications; length and head circumference at birth; birth weight adjustments according to gestational age; weight/age, length/age, body mass index/age and weight/length indices. The results showed: 36 non-significant associations between the exposures and the outcomes; 13 direct associations (outcomes versus ultraprocessed dietary patterns, soft drinks, artificially sweetened beverages, sweets, junk food) and 5 inverse associations (outcomes versus ultra-processed dietary patterns, soft drinks). Conclusions: most of the evaluated literature did not demonstrate the influence of UPF consumption during pregnancy on the newborn’s anthropometric measurements up to one year of life and denoted a smaller number of direct and inverse associations between the exposures and the outcomes.