Resumo Objetivou-se avaliar a ingestão de fibra alimentar e fatores associados em adolescentes; identificar as fontes alimentares do nutriente; e verificar a relação de indicadores de práticas alimentares (energia/macro/micronutrientes) com o consumo de fibras. Trata-se de estudo transversal de base populacional com dados de Recordatório de 24 Horas. Utilizou-se a classificação NOVA e foi avaliada a contribuição dos alimentos para o teor de fibras da dieta. Valores de referência da Organização Mundial da Saúde (≥12,5 g) e do Institute of Medicine (14 g) por 1.000 kcal foram usados para avaliar o consumo. A ingestão média foi de 6,4 g de fibra alimentar/1.000 kcal/dia, 1,5 g de solúvel e 4,9 g de insolúvel, para os 891 adolescentes. O consumo de fibras foi baixo, principalmente entre os que ingeriam menos frutas, hortaliças, feijão, mais refrigerante, embutidos, e nos que não consumiam o café da manhã diariamente. Os alimentos in natura forneceram 68,0%, 53,7% e 72,1% da fibra total, solúvel e insolúvel, e os ultraprocessados 24,8%, 37,9% e 21,0%, respectivamente. O consumo de fibras foi inversamente associado ao teor de energia, gordura, açúcar livre e proteína animal da dieta. A ingestão insuficiente de fibras sinaliza a necessidade de promover a alimentação saudável e adequada em nível individual e familiar.

Abstract The aims of the present study were to evaluate dietary fiber intake and associated factors in adolescents, identify food sources of the nutrient, and determine associations between indicators of dietary patterns (energy/macronutrients/micronutrients) and dietary fiber intake. A population-based cross-sectional study was conducted involving 24-hour recall data. The NOVA classification was used to determine the contribution of foods to dietary fiber intake. Reference values from the World Health Organization (≥12.5 g) and the US Institute of Medicine (14 g) per 1,000 kcal were used to assess intake. The mean intake of dietary fiber/1,000 kcal/day was 6.4 g (1.5 g of soluble fiber and 4.9 g of insoluble fiber) among the 891 adolescents. Fiber intake was low, especially among those who ate fruits, vegetables, and beans less, those who consumed soft drinks and processed meats more, and those who did not eat breakfast every day. Unprocessed/minimally processed foods provided 68.8%, 53.7%, and 72.1% of total, soluble, and insoluble fiber, respectively, whereas ultra-processed products provided 24.8%, 37.9%, and 21.0% respectively. Fiber intake was inversely associated with energy intake, fat, free sugar, and animal protein in the diet. The insufficient fiber intake underscores the need for actions that promote healthy nutrition on the individual and family levels.

Resumo Objetivou-se avaliar a ingestão de fibra alimentar e fatores associados em adolescentes; identificar as fontes alimentares do nutriente; e verificar a relação de indicadores de práticas alimentares (energia/macro/micronutrientes) com o consumo de fibras. Trata-se de estudo transversal de base populacional com dados de Recordatório de 24 Horas. Utilizou-se a classificação NOVA e foi avaliada a contribuição dos alimentos para o teor de fibras da dieta. Valores de referência da Organização Mundial da Saúde (≥12,5 g) e do Institute of Medicine (14 g) por 1.000 kcal foram usados para avaliar o consumo. A ingestão média foi de 6,4 g de fibra alimentar/1.000 kcal/dia, 1,5 g de solúvel e 4,9 g de insolúvel, para os 891 adolescentes. O consumo de fibras foi baixo, principalmente entre os que ingeriam menos frutas, hortaliças, feijão, mais refrigerante, embutidos, e nos que não consumiam o café da manhã diariamente. Os alimentos in natura forneceram 68,0%, 53,7% e 72,1% da fibra total, solúvel e insolúvel, e os ultraprocessados 24,8%, 37,9% e 21,0%, respectivamente. O consumo de fibras foi inversamente associado ao teor de energia, gordura, açúcar livre e proteína animal da dieta. A ingestão insuficiente de fibras sinaliza a necessidade de promover a alimentação saudável e adequada em nível individual e familiar.

Abstract The aims of the present study were to evaluate dietary fiber intake and associated factors in adolescents, identify food sources of the nutrient, and determine associations between indicators of dietary patterns (energy/macronutrients/micronutrients) and dietary fiber intake. A population-based cross-sectional study was conducted involving 24-hour recall data. The NOVA classification was used to determine the contribution of foods to dietary fiber intake. Reference values from the World Health Organization (≥12.5 g) and the US Institute of Medicine (14 g) per 1,000 kcal were used to assess intake. The mean intake of dietary fiber/1,000 kcal/day was 6.4 g (1.5 g of soluble fiber and 4.9 g of insoluble fiber) among the 891 adolescents. Fiber intake was low, especially among those who ate fruits, vegetables, and beans less, those who consumed soft drinks and processed meats more, and those who did not eat breakfast every day. Unprocessed/minimally processed foods provided 68.8%, 53.7%, and 72.1% of total, soluble, and insoluble fiber, respectively, whereas ultra-processed products provided 24.8%, 37.9%, and 21.0% respectively. Fiber intake was inversely associated with energy intake, fat, free sugar, and animal protein in the diet. The insufficient fiber intake underscores the need for actions that promote healthy nutrition on the individual and family levels.