Partindo da trajetória teórica de Nancy Fraser, o texto toma os recentes rumos da teorização feminista como emblemáticas da elaboração de um arcabouço teórico-analítico de fôlego na démarche das teorias da justiça e do feminismo contemporâneas, ancorado, porém, em considerações hegemonizadas do Norte global. Há, neste sentido, um "distanciamento" da teórica norte-americana em relação às agendas mais recentes do feminismo global (e em especial dos feminismos do Sul) e uma reflexão excessivamente baseada em um "olhar desde o ocidente". É a partir dessa constatação que recupero a crítica aos estudos de matriz anglo-saxã, a partir da contribuição de C. T. Mohanty. Ao final, proponho a experiência de uma "quarta onda" dos movimentos e estudos feministas no Brasil e na América Latina, apontando para circuitos de difusão feminista operados a partir de distintas correntes horizontais de feminismos - negro, acadêmico, lésbico, masculino etc.
Taking Nancy Fraser's theoretical trajectory as my point of departure, this text takes recent paths in feminist theory as emblematic in the elaboration of a vigorous theoretical and analytical framework for the development of contemporary feminist theories and theories of justice. Yet the latter have been anchored in the hegemonic considerations of the global North. In this regard, Fraser, as a theoretician from the United States, has developed her thought at a certain distance from the most recent agendas of global feminism (and in particular, from the feminisms of the South) and thus, her reflections show an excessive bias "from a Western perspective". This perception leads me back to the critique of studies done in the Anglo-Saxon tradition, particularly through C. T. Mohanty's contributions in this vein. Lastly, I propose the experience of a "fourth wave" in feminist movements and studies in Brazil and Latin America, through feminist circuits of dissemination that operate via horizontal feminist currents - Black, academic, lesbian, male, etc.
En partant de la trajetoire théorique de Nancy Fraser, le texte reprend la récente évolution de la théorisation féministe autant qu'emblématique de l'élaboration d'une étude théorique et analytique de souffle dans les démarches des théories contemporaines de la justice et du féminisme, ancré cependant, sur des considerations monopolisées par le Nord global. Il y a, dans ce sens, un « eloignement » de la théorie américaine par rapport aux agendas les plus récents du féminisme mondial (et en particulier ceux des féminismes du Sud), et une réflexion excessivement basée sur un « regard depuis l'Occident ». C'est à partir de cette constatation que je récupère la critique aux études de matrice anglo-saxone, à partir de la contribution de C. T. Mohanty. A la fin, je propose l'expérience d'une « quatrième vague » des mouvements et études féministes au Brésil et en Amérique Latine, en montrant des circuits de diffusion féministe opérés à partir de différents courants horizontaux de féminismes - noir, universitaire, lésbien, masculin, etc.