OBJETIVO: Correlacionar o índice de consumo de oxigênio medido através da calorimetria indireta (VO2I DELTA) às medidas calculadas pela equação reversa de Fick (VO2I FICK) em pacientes graves, vítimas de trauma ou sepse. MÉTODOS: Analisados 14 pacientes vítimas de trauma (n=5) ou sepse (n=9), com média de idade de 39,4 ± 5,4 anos, sendo 10 homens e 4 mulheres, APACHE II de 21,3±1,8, ISS de 24,8±6, Sepsis Score de 19,6±2,3, com risco de óbito calculado pelo APACHE II de 41,9±7,1%, submetidos à ventilação mecânica e monitorização hemodinâmica invasiva com cateter de Swan-Ganz e realizadas, pelos dois métodos, 4 séries de medidas do VO2I (T1 a T4). RESULTADOS: Houve uma boa correlação entre os dois métodos (r = 0,77), para a média das quatro medidas seriadas. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois métodos nos tempos T1 (VO2I DELTA = 138±28 e VO2I FICK = 159±38 mL.min-1.m-2, p = 0,10) e T3 (VO2I DELTA = 144±26 e VO2I FICK = 158±35 mL.min-1.m-2, p = 0,14). Houve diferença significativa nos tempos T2 (VO2I DELTA = 141±27 e VO2I FICK = 155±26 mL.min-1.m-2, p = 0,03) e T4 (VO2I DELTA = 145±24 e VO2I FICK = 162±26 mL.min-1.m-2, p = 0,01). CONCLUSÃO: A calorimetria indireta é um método não invasivo, isento de complicações, que pode ser usado para avaliação do consumo de oxigênio no paciente grave de forma tão eficaz quanto à equação reversa de Fick.
OBJECTIVE: To compare the oxygen consumption index measured by using indirect calorimetry (VO2I Delta) with a portable metabolic cart and calculated according to Fick's principle (VO2 I Fick) in critically ill patients. METHODS: Fourteen patients (10 men and 4 women, mean age 39.4 ± 5.4 years) were analyzed, 5 of them trauma victims and 9 sepsis victims. The following mean scores were obtained for these patients: APACHE II = 21.3±1.8, ISS = 24.8±6, and sepsis score = 19.6±2.3. The mortality risk (odds ratio), calculated from APACHE II, was 41.9±7.1%. All patients underwent mechanical ventilation and invasive hemodynamic monitoring with a Swan-Ganz catheter. VO2 was obtained using the 2 methods (VO2I Delta and VO2I Fick) at 4 different times (T1-T4). RESULTS: A good correlation was found between the 2 methods (r=0.77) for the mean of the 4 serial measurements. No statistically significant differences were observed between indirect calorimetry and Fick's equation at T1 (VO2I Delta = 138±28 and VO2I Fick = 59±38 mL.min-2.m-2, P=0.10) and T3 (VO2I Delta = 144±26 and VO2I Fick = 158±35 mL.min-2.m-2, P=0.14), but a significant difference was observed at T2 (VO2I Delta = 141±27 and VO2I Fick = 155±26 mL.min-2.m-2, P=0.03) and T4 (VO2I Delta = 145±24 and VO2I Fick = 162±26 mL.min-2.m-2, P=0.01). CONCLUSION: We may state that indirect calorimetry can be used for oxygen consumption analysis in critically ill patients and is as efficient as Fick's reverse equation, with the benefit of being a noninvasive and risk-free procedure.