RESUMO Introdução: O consumo de alimentos ultraprocessados tem aumentado na população brasileira nos últimos anos e está associado ao desenvolvimento e agravamento de doenças crônicas como o câncer. Objetivo: Avaliar o consumo de alimentos ultraprocessados por mulheres brasileiras sobreviventes dos cânceres de mama, ovário e colo do útero. Método: Estudo transversal com informações secundárias da Pesquisa Nacional de Saúde (2019), um inquérito de saúde da população brasileira em geral, que investigou aspectos sociodemográficos, clínicos e alimentares, de onde foram coletadas informações de mulheres adultas com diagnósticos autorreferidos de câncer de mama, ovário e colo do útero. O consumo de alimentos ultraprocessados foi avaliado pelo escore NOVA, baseado na frequência de consumo de tipos de alimentos ultraprocessados. A associação entre o diagnóstico de câncer e o consumo de alimentos ultraprocessados foi explorada usando modelos de regressão de Poisson com variação robusta, software Stata/MP 17.0. Resultados: A prevalência de consumo de cinco ou mais tipos de alimentos ultraprocessados foi de 7,8% entre as mulheres com histórico de câncer, sendo mais alta entre as com câncer de ovário e menos de 40 anos. A associação entre consumo de ultraprocessados e câncer variou conforme o índice de massa corporal e o tipo de câncer, com maiores prevalências entre mulheres com obesidade e câncer do colo do útero (RP=6,37; IC95%:1,46;27,68). Conclusão: Pacientes com câncer consomem alimentos ultraprocessados em quantidade expressiva, com maiores prevalências de consumo entre mulheres com obesidade e com câncer do colo do útero.
ABSTRACT Introduction: The intake of ultra-processed foods has increased in the Brazilian population in recent years and is associated with the development and aggravation of chronic diseases as cancer. Objective: To evaluate the intake of ultra-processed foods by Brazilian women survivors of breast, ovarian and cervical cancer. Method: Cross-sectional study with secondary information from the National Health Survey (2019), a health survey of the Brazilian population in general, investigating socio-demographic, clinical and dietary aspects, from where information of adult women with self-reported diagnosis of breast, ovarian and cervical cancer were collected. Ultra-processed food intake was assessed using the NOVA score, which is based on the frequency of consumption of ultra-processed food types. The association between cancer diagnosis and intake of ultra-processed foods was analyzed by Poisson regression models with robust variance through software Stata/MP 17.0. Results: The prevalence of intake of five or more types of ultra-processed foods was 7.8% among women with a history of cancer, and was higher among those with ovarian cancer and under 40 years of age. The association between intake of ultra-processed foods and cancer varied according to body mass index and cancer type, with higher prevalence among women with obesity and cervical cancer (PR=6.37; CI95%:1.46;27.68). Conclusion: Cancer patients eat a significant amount of ultra-processed foods, with higher prevalence among women with obesity and cervical cancer.
RESUMEN Introducción: El consumo de alimentos ultraprocesados ha aumentado en la población brasileña en los últimos años y está asociado al desarrollo y agravamiento de enfermedades crónicas como el cáncer. Objetivo: Evaluar el consumo de alimentos ultraprocesados en mujeres brasileñas sobrevivientes de cáncer de mama, de ovario y de cuello de útero. Método: Estudio transversal con información secundaria de la Encuesta Nacional de Salud (2019), un estudio de salud de la población brasileña en general que investigó aspectos sociodemográficos, clínicos y alimentarios, de donde se obtuvieron datos de mujeres adultas con diagnósticos autoinformados de cáncer de mama, ovario y cuello de útero. El consumo de alimentos ultraprocesados se evaluó mediante el índice NOVA, basado en la frecuencia de consumo de distintos tipos de alimentos ultraprocesados. La asociación entre el diagnóstico de cáncer y el consumo de alimentos ultraprocesados se exploró utilizando modelos de regresión de Poisson con variación robusta con el programa Stata/MP 17.0. Resultados: La prevalencia de consumo de cinco o más tipos de alimentos ultraprocesados fue del 7,8 % entre las mujeres con antecedentes de cáncer, siendo más alta entre las que tenían cáncer de ovario y menos de 40 años. La asociación entre el consumo de ultraprocesados y cáncer varió en función del índice de masa corporal y el tipo de cáncer, con mayores prevalencias entre las mujeres con obesidad y cáncer de cuello uterino (RP = 6,37; IC95%: 1,46-27,68). Conclusión: Las pacientes con cáncer consumen alimentos ultraprocesados en cantidad significativa, siendo mayor la prevalencia de consumo entre las mujeres con obesidad y con cáncer de cuello uterino.