Resumo O regionalismo na América do Sul já foi descrito ao autor por um diplomata brasileiro sênior como uma “ferramenta pragmática para resolver problemas específicos”. No entanto, em resposta à pandemia de COVID-19 na América do Sul, – a região mais atingida do mundo pela doença – o regionalismo tem se destacado por sua ausência como tal ferramenta, apesar do fato de organizações internacionais e outros atores apontarem para a necessidade urgente de cooperação regional acerca do tema. Isso pode explicar a falta de cooperação regional no assunto? Utilizando os marcos conceituais da Complexidade e da Dinâmica de Sistemas Humanos, este artigo argumenta que o regionalismo na América do Sul sofre de falta de coerência. Dessa forma, serão feitas algumas sugestões sobre como abordar esta incoerência na resposta ao COVID-19 e, para tal, conseguir dar resposta a alguns dos desafios específicos trazidos pela pandemia. O artigo argumenta que o foco da política deve ser muito estreito e deve focar no impacto econômico e nas vacinas. Além disso, a cooperação regional deve acontecer abaixo do nível dos governos nacionais. Algumas sugestões sobre como isso pode ser alcançado são feitas ao longo do artigo. Mostra-se que esse foco estreito e, muitas vezes, subnacional, pode restaurar alguma coerência, que permitirá uma resposta regional mais eficaz à pior pandemia vista em 100 anos.
Abstract Regionalism in South America was once described to the author by a senior Brazilian Diplomat as a ‘pragmatic tool to address specific problems’. Yet, in response to the COVID-19 pandemic in South America – the worst-hit region in the world – regionalism has been conspicuous by its absence as such a tool, despite the fact that international organizations and other actors have pointed to the urgent need for regional cooperation on the subject. What explains this lack of regional cooperation? Utilizing the conceptual frameworks of Complexity and Human Systems Dynamics, this article argues that regionalism in South America actually suffers from a lack of coherence. As such, some suggestions will be made throughout the article as to how to address this incoherence in response to COVID-19 and, as such, be able to address some of the specific challenges brought about by the pandemic. It is argued that the policy-focus should be very narrow, and that the focus should be on the economic impact and vaccines. Furthermore, the article suggests that regional cooperation should happen below the level of national governments. Some suggestions are made as to how this can be achieved. It is shown throughout the article that such narrow, and often sub-national focus can restore some coherence, which will allow for a more effective regional response to the worst pandemic experienced in 100 years.