Aechmea blanchetiana e Aechmea distichantha são bromélias nativas do Brasil, de grande valor ornamental. Não sendo produzidas comercialmente, ambas sofrem exploração predatória. Este trabalho teve como objetivos (1) avaliar a germinação de sementes in vitro de A. blanchetiana e A. distichantha e (2) estabelecer protocolos de micropropagação destas bromélias, visando a produção de mudas para atender ao mercado e à conservação in vitro. Os experimentos de germinação foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado, com dois tratamentos (presença e ausência de luz) e sete e oito repetições respectivamente para A. blanchetiana e A. distichantha. Plantas in vitro, obtidas em presença de luz, foram utilizadas como explantes no experimento de multiplicação (meio MS). O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, em fatorial 2 (concentrações de ANA: 0,05 e 0,5 μM) x 2 (citocininas: BAP e CIN) x 2 (concentrações de citocininas: 2,2 e 4,4 μM) + 1 (controle com meio MS básico, sem reguladores de crescimento), com 10 repetições por tratamento. Foram avaliadas as contaminações fúngica e bacteriana, germinação total e cumulativa e número de brotos por tratamento em cada subcultivo. Observou-se apenas contaminação fúngica e somente em A. blanchetiana (14,0%). A presença de luz favoreceu a germinação de sementes in vitro de ambas as espécies (99 e 62% para respectivamente A. blanchetiana e A. distichantha). Meio MS + 0,5 μM ANA + 2,2 μM BAP promoveu a maior taxa de multiplicação para ambas as espécies, com contrastes significativos entre este tratamento e o controle em ambas as espécies (105,62 brotos a mais em A. blanchetiana; 223,80 em A. distichantha). BAP promoveu a formação de brotos sem raízes, enquanto cinetina favoreceu a formação de raízes em detrimento de brotos. Na aclimatização das plântulas, A. blanchetiana e A. distichantha apresentaram 90 e 97% de sobrevivência respectivamente.

Aechmea blanchetiana and Aechmea distichantha are Brazilian native bromeliads with great ornamental value, although none of the species are produced commercially. Therefore, market demands are met through nature predatory exploitation. This study intended to (1) evaluate the in vitro seed germination of A. blanchetiana and A. distichantha and (2) establish micropropagation protocols for both species, aiming at producing plantlets for the market, as well as to germplasm in vitro conservation. Germination experiments were carried out in completely randomized designs with two treatments (presence and absence of light) and seven and eight replications respectively for A. blanchetiana and A. distichantha. In vitro seedlings, produced under light conditions, were used as explants in the multiplication experiment (MS medium). The experimental design was again completely randomized, with treatments in factorial 2 (NAA concentrations; 0.05 and 0.5 μM) x 2 (cytokines: BAP and KIN) x 2 (cytokine levels: 2.2 and 4.4 μM) + 1 (control with basal MS, without growth regulators), with ten replications per treatment. We evaluated fungal and bacterial contamination, total and cumulative seed germination and number of shoots per treatment in each subculture. We observed only fungal contamination and only in A. blanchetiana (14.0%). Light favored in vitro seed germination in both species (99 and 62% respectively for A. blanchetiana and A. distichantha). MS medium + 0.5 μM NAA + 2.2 μM BAP resulted in the highest multiplication rate for both species, with significant contrasts between this treatment and the control in both species (105.62 more shoots in A. blanchetiana; 223.80 in A. distichantha). BAP promoted the formation of rootless shoots, while kinetin favored the formation of roots rather than shoots. A. blanchetiana and A. distichantha showed 90 and 97% of survival respectively in plantlet acclimatization.