Resumen En este artículo se indaga sobre las dinámicas de género en la Pampa húmeda argentina, centrándose especialmente en las masculinidades. Se realizó trabajo de campo etnográfico que incluye observación participante y entrevistas recolectadas entre 2014 y 2017 en un distrito rural, donde priman visiones de género muy conservadoras. Se concluyó que es central comprender la categoría émica "medio putos". Así son designados peyorativamente la minoría de varones que participan de iniciativas disidentes como el teatro comunitario y la producción de horticultura agroecológica. Comúnmente en Argentina se llama denigratoriamente "puto" al varón homosexual. El señalamiento en este caso no remite a la sexualidad de la persona en cuestión sino que designa su poca jerarquía social en un mundo fuertemente patriarcal. "Medio puto" pretende designar una corporalidad feminizada -que no demuestra cotidiana ni ruidosamente su virilidad- y que, aunque no asuma una identidad ni prácticas homosexuales, hace cosas "raras" que "los hombres de verdad no hacen". Este artículo, por lo tanto, muestra de manera empírica la heterogeneidad de posiciones ligadas con las masculinidades, especialmente las relativas a las subalternas para revelar cómo estas últimas pueden producir dinámicas de género, en cierta medida, alternativas a la hegemónica.
Abstract This article explores gender dynamics in the Argentinean Pampas, with a special focus on masculinities. Ethnographic fieldwork was conducted, including participant observation and interviews, between 2014 and 2017 in a rural district where very conservative gender views prevail. It was concluded that it is imperative to understand the emic category "medio putos" ("kinda faggy"). This is how minority males who participate in dissident initiatives such as community theater and agroecological horticulture production are pejoratively designated. Typically, in Argentina, a gay man is denigrated as a "puto" (faggy). The label in this case does not refer to the sexuality of the person in question, but rather to his low social hierarchy in a strongly patriarchal world. "Medio puto" is intended to designate a feminized corporeality (which does not demonstrate its virility daily or loudly) that, although it does not assume a homosexual identity or practices, does "weird" things that "real men do not do". This article, therefore, empirically shows the heterogeneity of positions linked to masculinities, especially those related to subaltern masculinities, in order to reveal how the latter can produce gender dynamics, to some extent, alternative to the hegemonic one.
Resumo Este trabalho pesquisa a dinâmica de género nos pampas úmidos argentinos, com foco principalmente nas masculinidades. O trabalho de campo etnográfico foi realizado, incluindo observação participante e entrevistas entre 2014 e 2017 em um distrito rural onde prevalecem visões de género muito conservadoras. Concluiu-se que é central o entendimento da categoria émica "medio putos". É assim que os homens pertencentes a minorias que participam de iniciativas dissidentes, como o teatro comunitário e a produção de horticultura agroecológica, são designados pejorativamente. Comumente na Argentina, o homossexual masculino é chamado de "puto" de forma denigrante. A afirmação, neste caso, não se refere à sexualidade da pessoa em questão, mas designa sua baixa hierarquia social em um mundo fortemente patriarcal. "Medio puto" tenta designar uma corporalidade feminizada (que não mostra sua virilidade cotidiana ou ruidosamente) e que, embora não assuma uma identidade ou práticas homossexuais, faz coisas "estranhas" que "homens de verdade não fazem". Este trabalho, portanto, mostra empiricamente a heterogeneidade de posições ligadas às masculinidades, especialmente aquelas relativas ao subalterno, para revelar como este último pode produzir dinâmicas de género, em certa medida, alternativas de género hegemónicas.