O uso de medicação é parte importante do processo de saúde, e a prevalência de uso entre lactentes pode chegar a 65% nos primeiros meses de vida. O uso excessivo de medicação pode levar a um aumento dos danos potenciais em relação aos benefícios. Levando isso em conta, o estudo atual buscou descrever o uso de medicação em crianças aos 3, 12, 24 e 48 meses. Foram aplicados questionários padronizados para avaliar os padrões de uso de medicação e covariáveis. O uso de medicação foi investigado enquanto desfecho, e definido como história de ter recebido qualquer medicação nos 15 dias anteriores à entrevista. A prevalência do uso de medicação e os intervalos de 95% de confiança (IC95%) foram descritos através do teste de qui-quadrado. Também foram relatadas a fonte da prescrição e a frequência de uso, junto com a medicação mais frequente em cada consulta. A prevalência do uso de medicação foi de 67,2% (IC95%: 65,8; 68,6), 68,2% (IC95%: 66,8; 69,6), 52,4% (IC95%: 50,9; 54,0) e 47,2% (IC95%: 45,7; 48,8), aos 3, 12, 24 e 48 meses, respectivamente. Ao longo dos anos, foram observados uma diminuição na proporção de medicamentos com prescrição médica e um aumento na automedicação (indicação pelos pais ou responsáveis). Os medicamentos mais frequentes eram para transtornos gastrointestinais (A03), vitaminas (A11), analgésicos (N02), anti-inflamatórios (M01) e formulações nasais (R01). Encontramos mais de 50% de uso total e de automedicação (indicação pelos pais/responsáveis) em crianças abaixo de 4 anos de idade. Os resultados destacam a necessidade de alertar os cuidadores sobre a importância do exame profissional e prescrição adequados antes da administração de medicamentos a crianças.
Medication use is an important part of the health process and prevalence of its use among infants can reach up to 65% in their first months of life. The excessive use of medication could lead to an increase in their potential harm, surpassing their benefits. Considering this, this study aimed to describe medication use in children aged 3, 12, 24, and 48 months. Standardized questionnaires were applied to assess patterns and covariables of medication use. Medication use was investigated as an outcome and defined as the receipt of any medication within 15 days before the interview. Prevalence of medication use and 95% confidence intervals (95%CI) were described using chi-squared tests. Prescription source and frequency of use were also reported, along with the most frequent medication in each follow-up. Medication use prevalence was 67.2% (95%CI: 65.8; 68.6), 68.2% (95%CI: 66.8; 69.6), 52.4% (95%CI: 50.9; 54.0), 47.2% (95%CI: 45.7; 48.8), at 3, 12, 24, and 48 months, respectively. We observed a decrease in the proportion of medically prescribed medications and an increase in self-medication over the years. Drugs for gastrointestinal disorders (A03), vitamins (A11), analgesics (N02), anti-inflammatories (M01), and nasal formulations (R01) were the most frequently used medications. We found that children under four years of age comprised over 50% of the total use of medications and self-medication. These results highlight the need to warn caregivers on the importance of proper professional examination and prescription before they administer medications to children.
El consumo de medicamentos es una parte importante del proceso de salud y la prevalencia de su uso entre bebés puede llegar a un 65% durante los primeros meses de vida. El excesivo consumo de medicamentos podría conducir a un incremento en sus perjuicios potenciales frente a sus beneficios. Teniendo esto en cuenta, el objetivo de este estudio fue describir el uso de la medicación en niños de 3, 12, 24, y 48 meses. Se aplicaron cuestionarios estandarizados para evaluar los patrones de uso de la medicación y sus covariables. Se investigó el uso de la medicación como un resultado y se definió como haber recibido alguna medicación en los últimos 15 días antes de la entrevista. Se describieron la prevalencia del IC95%uso de la medicación y los intervalos de 95% de confianza (IC95%), usando tests chi-cuadrado. También se informó de la fuente de prescripción y frecuencia del consumo, junto a la medicación más frecuente en cada seguimiento. La prevalencia en el uso de la medicación fue de un 67,2% (IC95%: 65,8; 68,6), 68,2% (IC95%: 66,8; 69,6), 52,4% (IC95%: 50,9; 54,0), 47,2% (IC95%: 45,7; 48,8), a los 3, 12, 24, y 48 meses, respectivamente. Se observó una disminución en la proporción de medicamentos recetados médicamente y un incremento en la automedicación a lo largo de los años. Los medicamentos más frecuentemente usados fueron los destinados para desórdenes gastrointestinales (A03), vitaminas (A11), analgésicos (N02), antiinflamatorios (M01), y preparados nasales (R01). Descubrimos que más de un 50% del total y automedicación en el consumo de medicinas en niños menores de 4 años. Estos resultados subrayan la necesidad de avisar a los cuidadores sobre la importancia de un examen profesional apropiado y la receta antes de la administración del medicamento a niños.