Resumo O estudo buscou compreender a rede de significados construídos intersubjetivamente por mulheres sobreviventes ao near miss materno sobre os lapsos na assistência à gestação, ao parto e ao nascimento, partindo da teoria da comunicação de Habermas. Optou-se pela metodologia qualitativa, com participação de 14 mulheres sobreviventes ao near miss materno por meio da entrevista narrativa autobiográfica proposta por Schutze, partindo da teoria do agir comunicativo de Jurgen Habermas. A partir da análise, emergiram duas categorias: “escuta seletiva, embates e negligência” e “culpabilização da paciente e a comunicação violenta”. As narrativas descortinam que a relação interpessoal não foi dialógica, e sim pautada em um saber superior em contraposição ao reconhecimento do outro, refletindo nos profissionais uma postura autoritária, não reflexiva e sem a autocrítica ou liberdade crítica genuína, com importantes repercussões na atenção ao usuário. A primazia da racionalidade estratégica e a defesa de um êxito técnico verticalizado contribuíram para importantes lapsos de comunicação na assistência a mulheres que evoluíram para near miss materno. gestação nascimento Habermas Optouse Optou se qualitativa 1 Schutze análise categorias escuta seletiva negligência culpabilização violenta. violenta . violenta” dialógica outro autoritária genuína usuário
Abstract This study sought to understand the network of meanings mutually experienced among women who survived maternal near miss due to lapses in care during pregnancy, labor and birth, based on Habermas’ theory of communication. A qualitative methodology was selected, with the participation of 14 women who survived maternal near miss by means of the autobiographical narrative interview proposed by Schutze, based on the Communicative Action theory of Jurgen Habermas. From the analysis, two categories emerged: “Selective listening, clashes and negligence” and “Blaming the Patient and Violent Communication.” The narratives reveal that the interpersonal relationship was not based on dialogue, but on superior knowledge as opposed to acknowledging the other, reflecting an authoritarian, non-reflexive posture of the professionals, without self-criticism or genuine critical freedom, with important repercussions on user care. The primacy of strategic rationality and the defense of verticalized technical success contributed to important communication lapses in the care of women who progressed to maternal near miss. pregnancy birth Habermas selected 1 Schutze analysis emerged Selective listening negligence Blaming Communication. Communication dialogue other authoritarian nonreflexive non reflexive professionals selfcriticism self criticism freedom