OBJETIVO: Identificar a prevalência de sintomas depressivos e os fatores associados na população idosa. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional, com amostra de 1.593 indivíduos com 60 anos ou mais da zona urbana de Bagé, Rio Grande do Sul, em 2008. Os dados foram coletados em entrevistas domiciliares. A prevalência de sintomas depressivos foi avaliada através da Escala de Depressão Geriátrica. A análise foi realizada utilizando modelo de regressão de Poisson com estimativa robusta de variância. RESULTADOS: A prevalência de sintomas depressivos foi de 18,0%, com intervalo de confiança de 95% (IC95%) de 16,1 - 19,9. A maioria da amostra foi composta por mulheres (62,8%). A média de idade foi 70 anos, com desvio padrão de 8,24; 25,1% dos idosos tinham entre 60 e 64 anos e 31,2% tinham 75 anos ou mais. Na análise ajustada, os sintomas depressivos foram estatisticamente associados (valor p < 0,05) aos idosos do sexo feminino, cor da pele amarela, parda ou indígena, menor classificação econômica, aposentados, com histórico de problemas cardíacos, com incapacidade para atividades básicas e instrumentais da vida diária, pior autopercepção de saúde e insatisfação em sua vida em geral. A variável idade, situação conjugal, escolaridade, hipertensão e diabetes autorreferidas não apresentaram associação com sintomas depressivos após ajustes para fatores de confusão. CONCLUSÃO: A alta prevalência de sintomas depressivos na população requer investimento em ações de prevenção, atentando para a necessidade de práticas que promovam o envelhecimento ativo com a manutenção da atividade funcional, contribuindo para a melhoria da autopercepção de saúde e de satisfação com a vida.
OBJECTIVE: To identify the prevalence of depressive symptoms and associated factors in elderly. METHODS: Cross-sectional study of population-based sample of 1,593 individuals aged 60 years or more in the urban area of Bagé, Rio Grande do Sul, Brazil, in 2008. Data were collected in household interviews. The prevalence of depressive symptoms was assessed using the Geriatric Depression Scale. The analysis was performed using Poisson regression with robust variance estimation. RESULTS: The prevalence of depressive symptoms was 18.0%, with the 95% confidence interval 16.1 - 19.9. The majority of the sample consisted of women (62.8%). The mean age was 70 years, with a 8.24 standard deviation (SD); 25.1% of seniors aged 60 to 64 years and 31.2% were 75 years or older. In the adjusted analysis, depressive symptoms were significantly associated (p value < 0.05) with the elderly female, yellow, brown or indigenous descendancy, lower economic status, retired, with history of heart problems, incapacity to basic and instrumental activities of daily living, worse self-rated health and dissatisfaction with life in general. Age, marital status, education, self-reported hypertension and diabetes were not associated with depressive symptoms after adjusting for confounders. CONCLUSION: The high prevalence of depressive symptoms in the population requires investment in preventive actions, noting the need for practices that promote active aging with the maintenance of functional activity, improving self-rated health and life satisfaction.