As cidades da América Latina evoluíram por meio de processos históricos excludentes, resultando em uma urbanização rápida e não planejada, com infraestrutura defasada e altos níveis de violência. Essas questões têm implicações bem documentadas para a saúde. Em ambientes urbanos, o gênero pode levar ao acesso desigual a oportunidades e serviços, no entanto, sua consideração em políticas, intervenções e pesquisas permanece insuficiente, potencialmente exacerbando desigualdades urbanas. Inspirando-nos no urbanismo feminista e na pesquisa em saúde urbana, propomos uma ferramenta estruturada para que as cidades latino-americanas desenvolvam políticas, intervenções e pesquisas em saúde urbana sensíveis ao gênero. O estudo abrangeu (1) uma revisão narrativa da literatura sobre os modelos do urbanismo feminista e um método Delphi para selecionar as dimensões mais adequadas; (2) um exame minucioso da disponibilidade de dados e indicadores em três estudos de intervenções de transformação urbana no Brasil, Colômbia e Chile para avaliar a disponibilidade de dados e o interesse local; e (3) um diálogo sobre saúde urbana com indicadores relevantes. Identificamos três dimensões principais: “proximidade”, “autonomia” e “representatividade”. O bairro foi considerado o nível mais significativo para as análises. Os indicadores foram organizados em subdimensões, considerando a literatura existente sobre suas implicações para gênero e saúde. A ferramenta proposta é abrangente e adaptável, atendendo aos diversos contextos urbanos da América Latina. Além disso, trata-se de um recurso valioso para incorporar uma perspectiva sensível ao gênero na formulação de políticas urbanas, intervenções e pesquisas relacionadas à saúde.
Las ciudades de América Latina han evolucionado mediante procesos históricos excluyentes, que resultaron en una urbanización rápida y no planificada, con infraestructura obsoleta y elevados niveles de violencia. Estas cuestiones tienen implicaciones para la salud bien documentadas. En entornos urbanos, el género puede conducir a un acceso desigual a oportunidades y servicios, pero su consideración en las políticas, intervenciones e investigaciones sigue siendo insuficiente, lo que podría exacerbar las desigualdades urbanas. Inspirándonos en el urbanismo feminista y en la investigación en salud urbana, proponemos una herramienta estructurada para que las ciudades latinoamericanas desarrollen políticas, intervenciones e investigaciones en salud urbana sensibles al género. El estudio abarcó (1) una revisión narrativa de la literatura sobre los marcos del urbanismo feminista y un método Delphi para seleccionar las dimensiones más adecuadas; (2) un examen exhaustivo de la disponibilidad de datos e indicadores en tres estudios de intervenciones de transformación urbana en Brasil, Colombia y Chile para evaluar la disponibilidad de datos y el interés local; y (3) un diálogo sobre salud urbana con indicadores relevantes. Identificamos tres dimensiones principales: “proximidad”, “autonomía” y “representatividad”. El barrio fue considerado el nivel más significativo para los análisis. Los indicadores se organizaron en subdimensiones, considerando la literatura existente sobre sus implicaciones para el género y la salud. La herramienta propuesta es integral y adaptable, y atiende a los diversos contextos urbanos de América Latina. Además, se trata de un recurso valioso para incorporar una perspectiva sensible al género en la formulación de políticas urbanas, intervenciones e investigaciones relacionadas con la salud.
Latin American cities have evolved via exclusionary historical processes, resulting in hasty and unplanned urbanization, insufficient infrastructure, and extreme levels of violence. These issues have well-documented health implications. In urban settings, gender may lead to unequal access to opportunities and services, however, its consideration into policies, interventions, and research remains insufficient, potentially exacerbating urban inequities. Drawing inspiration from feminist urbanism and urban health research, we propose a structured tool for Latin American cities to develop gender-sensitive urban policies, interventions, and urban health research. The study encompassed: (1) a narrative literature review of feminist urbanism frameworks and the Delphi method to select the most appropriate dimensions; (2) a thorough examination of data availability and indicators in three studies of urban transformation interventions in Brazil, Colombia, and Chile to evaluate data availability and local interest; and (3) an urban health dialogue with the relevant indicators. We identified three key dimensions: “proximity”, “autonomy”, and “representativeness”. Neighborhood was considered the most meaningful level for analyses. The indicators were organized into subdimensions, considering existing literature on their implications for gender and health. The proposed tool is comprehensive and adaptable, thus, it can be used in diverse Latin American urban contexts. It is a valuable resource for incorporating a gender-sensitive perspective into urban policymaking, interventions, and health-related research.