Partindo do pressuposto de que as respostas às necessidades de saúde oferecidas pelos serviços de saúde sofreram impacto com a regulamentação do Sistema Nacional de Saúde - SUS, o objetivo deste estudo foi apreender as tendências dessa reorganização em publicações científicas sobre o tema. Dentre 73 publicações selecionadas na base de dados on-line LILACS, 66 (90,4%) não abordavam o conceito de necessidades, utilizando o termo no senso comum; as que o abordavam tinham caráter de reflexão, sendo praticamente inexistentes as publicações que tomavam a perspectiva da Saúde Coletiva. Os artigos tomavam/definiam necessidades comuns a todos os indivíduos, considerando-os um agrupamento homogêneo de sujeitos abstratos, sem pertencimento de classe - que é o que determina e diferencia as necessidades de saúde. É preocupante o que os artigos revelam, pois a atenção à saúde vem privilegiando um recorte fragmentado que enfatiza a doença e pode reforçar práticas amparadas na visão funcionalista e classificatória, em detrimento de uma práxis emancipatória.
This paper assumes that the health services' responses to health needs were affected by the regulation of the Brazilian public health system. The study objective is to identify the health-service trends found in scientific publications. Among the 73 publications selected from the LILACS on-line database, 66 (90.4%) did not mention the concept of health needs. Those that did had a reflective stance toward the subject. Health needs as defined in those articles were similar for all individuals, not considering them as members of a social class, a circumstance that defines health-needs characteristics. The results of this study are worrisome because health care delivery has been emphasizing sickness and reinforcing classification practices, rather than enabling emancipating praxis.
Partiendo del presupuesto de que las respuestas a las necesidades de salud ofrecidas por los servicios de salud brasileños sufrieron un impacto con la regulación del Sistema Único de Salud (SUS), este estudio trata de aprehender las tendencias de tal reorganización en publicaciones científicas sobre el tema. Entre las 73 publicaciones seleccionadas en la base de datos on-line LILACS, 66 de ellas (90, 4%) no afrontaban el concepto de necesidades, usando el término en el sentido común; las que lo afrontaban tenían carácter de reflexión, siendo prácticamente inexistentes las publicaciones que encaraban la perspectiva de Salud Colectiva. Los artículos tomaban/definían necesidades comunes a todos los individuos, considerándoles una agrupación homogénea de sujetos abstractos sin alusión a clase que es lo que determina y distingue las necesidades de salud. Resulta objeto de preocupación lo que tales artículos revelan ya que la atención a la salud viene privilegiando un recorte que enfatiza la enfermedad y puede reforzar prácticas amparadas en la visión funcionalista y clasificadora, en detrimento de una praxis emancipadora.