Resumo O objetivo foi compreender e analisar experiências de cuidado de pessoas vivendo com HIV (PVH) em serviços especializados, identificando facilitadores e barreiras de acesso. Estudo avaliativo, qualitativo, com realização de 45 entrevistas com PVH, cujo acompanhamento é centrado em policlínicas de especialidades. Para análise temática, utilizou-se o referencial da vulnerabilidade programática em duas dimensões: acesso aos serviços de saúde e intregalidade da atenção. A maioria dos participantes não mantinha vínculo com a atenção primária à saúde, embora apresentasse supressão viral. Consultas médicas, exames laboratoriais, ações preventivas e educacionais individuais se concentravam nas policlínicas. A referência de cuidado à saúde foi atribuída ao infectologista, sem atuação de equipe multiprofissional, embora houvesse acesso a especialistas via fluxo de referência interno nas policlínicas. O acompanhamento das demais condições de saúde era parcial e complementada por serviços privados. As PVH encontravam nas policlínicas suporte a demandas biomédicas e relacionais, embora permanecesse o desafio da atenção integral. Sugere-se um modelo de cuidados compartilhados, de corresponsabilidade, não hieráquico, orientado aos usuários, com mudanças no modus operandi das redes de atenção à saúde.
Abstract Understand and analyze care experiences of people living with HIV (PLH) in specialized services, identifying facilitators and access barriers. Evaluative study, qualitative, carrying out 45 interviews with PLH, whose care is centered on specialty polyclinics. For thematic analysis, the framework of programmatic vulnerability was used in two dimensions: access to health services and comprehensiveness of care. Most participants were not linked to primary health care, although they were virally suppressed. Medical consultations, laboratory tests, individual preventive and educational actions were concentrated in the polyclinics. The referral for health care was assigned to the infectologist, without the involvement of a multidisciplinary team, although there was access to specialists via the internal referral flow at the polyclinics. Follow-up other health conditions was partial, due to the disarticulation between the points of care, depended on the use of private services. Although PLH found support for biomedical and relational demands in Polyclinics, the challenge of guaranteeing of integrated care remained. A model of shared care, co-responsibility, non-hierarchical, user-oriented, is suggested, with changes in the modus operandi of health care networks.
Resumen Comprender y analizar las experiencias de atención de las personas que viven con VIH (PVH) en servicios especializados, identificando facilitadores y barreras de acceso. Estudio evaluativo, cualitativo, con 45 entrevistas a PVH, cuyo seguimiento se centra en policlínicos de especialidad. Para el análisis temático se utilizó el marco de vulnerabilidad programática en dos dimensiones: acceso a los servicios de salud e integralidad de la atención. La mayoría de los participantes no tenían vínculo con atención primaria de salud, aunque presentaban supresión viral. En los policlínicos se concentraron consultas médicas, exámenes de laboratorio, acciones preventivas y educativas individuales. La referencia asistencial fue asignada al médico infectólogo, sin participación de un equipo multidisciplinario, aunque hubo acceso a especialistas por medio del flujo de referencia interna en los policlínicos. El seguimiento de otras condiciones de salud fue parcial y complementado por servicios privados. Las PVH encontraron en los policlínicos apoyo a sus demandas biomédicas y relacionales, aunque persiste el desafío de la atención integral. Se propone un modelo de atención compartida, basado en la corresponsabilidad, no jerárquico y orientado al usuario, con cambios en el modus operandi de las redes de atención a la salud.