Este artigo debate as possibilidades de descolonizar pesquisas com crianças, por meio de um entendimento de infância compreendida como experiência social e individual singular, que descentralize, ou faça fugir os modelos e lugares hegemônicos que centralizam sentidos, norma, estética e saúde dominantes e que se constitua para além da lógica do capital. Inicia-se o debate sobre a infância como um dispositivo do poder que se impõe a cada criança de maneira universal e única. Depois, afirma-se a positividade da infância como experiência única de entrada na linguagem e de constituir história e como pensamento crítico, tomando Giorgio Agamben e René Schérer como interlocutores. Ao final, indicam-se três obstáculos para a realização de pesquisas descolonizadas com crianças e os temas que necessariamente fazem parte da temática pós-colonial como raça, gênero, etnia, Estado-nação e diáspora, a partir das autoras Judith Butler, Gayatri Spivak e Avtar Brah.
This article discusses the possibilities for decolonizing research with children through an understanding of childhood conceived as a unique social and individual experience that decentralizes or avoids hegemonic places and models that centralize dominant senses, norms, aesthetics and health and that is constituted beyond the logic of capital. It starts the debate focusing on childhood as a power device that is imposed upon each child in a single and universal manner, and then it claims the positivity of childhood as a unique experience of entering language and constituting history and as critical thinking, taking Giorgio Agamben and Rene Scherer as interlocutors. At the end we indicate three obstacles to conducting decolonized research with children and the topics that necessarily form part of the post-colonial set of themes such as race, gender, ethnicity, nation-state and Diaspora, based on the work of Judith Butler, Gayatri Spivak and Avtar Brah.
Cet article aborde les possibilités de décolonisation des recherches avec des enfants, grâce à la compréhension de l'enfance comme une expérience sociale unique et individuelle qui décentralise ou fait fuir des modèles hégémoniques qui centralisent les sens, les règles, l'esthétique et la santé et qui devient dominant au-delà de la logique du capital. On commence le débat sur l'enfance en tant que dispositif de pouvoir qui s'impose à chaque enfant de manière universelle et unique, ensuite il constate l'expérience positive de l'enfance comme la seule possibilité d'entrée dans le langage et de constituer histoire et comme une pensée critique selon Giorgio Agamben et René Scherer. A la fin on indique trois obstacles à la recherche décolonisées auprès des enfants et les thèmes qui font forcément partie des thèmes post-coloniaux telsque la race, le sexe, l'origine ethnique, l'État-nation et de la diaspora selon les auteurs Judith Butler, Gayatri Spivak et Avtar Brah.