Como parte de uma investigação epidemiológica de campo sobre hepatite B num município de características rurais do Estado de São Paulo, Brasil, foi estudada a distribuição de marcadores sorológicos dessa doença segundo à área de residência e o local de nascimento dos indivíduos. Para o município estudado como um todo, a prevalência encontrada para um ou mais dos marcadores sorológicos de hepatite B foi de 7,7%, com os habitantes rurais apresentando risco mais elevado que os urbanos (9,8% e 4,9%, respectivamente). A análise da positividade, de acordo com o local de nascimento, mostrou valores mais altos entre os migrantes provenientes de outros Estados do País (15,8%), seguidos dos oriundos de outros municípios de São Paulo (9,2%): entre os nascidos no município estudado e, particularmente em Ribeirão Preto, centro urbano de localização próxima ao mesmo, observaram-se as menores prevalências (5,2% e 2,5%, respectivamente). Discute-se a importância de se analisar em estudos epidemiológicos, a procedência dos indivíduos, variável capaz de influir na história natural da hepatite B numa comunidade, e, eventualmente, explicar diferenças nas distribuições de marcadores dessa infecção em populações aparentemente semelhantes.
Distribution of hepatitis B serological markers according to people's birthplaces and area of residence (urban/rural) was studied as a part of a field epidemiological research project carried out in Cássia dos Coqueiros, a small rural community of S. Paulo State, Brazil. The total prevalence of HBV markers was 7.7%, with rural showing a higher risk than urban inhabitants (9.8% as against 4.9%, respectively). Analysis of prevalence according to people's birthplaces revealed the highest value among those from other Brazilian states (15.8%), followed by people from other municipalities of the State of S. Paulo (9.2%). Those born in Cássia dos Coqueiros and particularly in Ribeirão Preto (the main city of the area, located 80 kilometers away), showed the lowest values of prevalence (5.2% and 2.5%, respectively). The importance of studying people's birthplaces when field epidemiological studies on hepatitis B are carried out is stressed. This variable is considered to be capable of exercising an influence on the natural history of the disease in a community, and may even explain differences in the distribution of markers in apparently similar populations.