TEMA: vários autores têm apontado a urgência de se intensificar pesquisas e ações voltadas ao professor, na escola, de caráter preventivo e de promoção de saúde vocal, que se volta para a melhoria das condições de trabalho e do ambiente no qual ocorre a docência. Assim sendo, o objetivo deste estudo foi: analisar as queixas, os sintomas laríngeos, hábitos relacionados ao desempenho vocal e o tipo de voz de professores de uma escola da rede pública de ensino antes e após a participação em grupos de vivência de voz. MÉTODO: o estudo foi dividido em etapas com professores de uma escola pública: 1ª Etapa: entrevista, avaliação laringológica e perceptivo-auditiva da qual participaram 42 professores; 2ª Etapa: grupos de vivência de voz e 3ª Etapa: reavaliação perceptivo-auditiva - das quais participaram 13 professores. RESULTADOS: 73% dos sujeitos apresentaram queixas vocais; 57,14% apresentaram rouquidão de grau leve e moderado, 78,57% apresentaram soprosidade e 52,38% apresentaram tensão na voz. Ao exame laringológico, 75,86% apresentaram fendas glóticas e 34,48% espessamento mucoso. Após a vivência de voz houve diferença significativa no grau de tensão, tanto na análise da vogal /e/ como na análise da fala espontânea (p = 0,0277 para p > 0,05 para ambas). Houve melhora dos cuidados com a voz e a compreensão dos fatores intervenientes e determinantes das alterações vocais, presentes nas condições e organização do trabalho docente. CONCLUSÃO: ações educativas processuais, como os grupos de vivência de voz, se caracterizam como importantes espaços de reflexão e de mudança das relações entre trabalho e saúde do professor.
BACKGROUND: several authors have pointed to the urgent need of researches and actions involving teachers, in the school environment, that have a preventive and vocal health promotion character with the purpose of improving work conditions. AIM: to analyze the vocal complaints, laryngeal symptoms, vocal habits and vocal profile of teachers of a public school before and after their participation in voice workshops. METHOD: the study was divided in different steps: 1st step - closed interview, larynx and perceptive-auditory assessment in which 42 teachers were evaluated; 2nd step - voice workshops; 3rd step - perceptive-auditory reassessment in which 13 teachers were evaluated. RESULTS: 73% of the subjects presented vocal complaints; 57.14% presented mild to moderate hoarseness, 78.57% presented breathiness and 52.38% vocal tension. Evaluation of the larynx indicated that 75.86% of the subjects presented glottal gaps and 34.48% mucous thickening. After the voice workshops a significant difference was observed in the level of vocal tension, both in the analysis of the /e/ vowel and in the analysis of Spontaneous Speech (p = 0.0277 for p > 0.05 for both). Improvement was observed in vocal care and in the understanding of intervening and determinant factors for vocal alterations, which are present in the teaching environment. CONCLUSION: health actions, such as voice workshops, are important to trigger changes in the work environment as well as in the health of teachers.